São Paulo, domingo, 22 de setembro de 2002

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Agrotóxico é problema, diz federação

DA REPORTAGEM LOCAL

Élio Neves, presidente da Federação dos Trabalhadores Rurais do Estado de São Paulo, filiado à CUT (Central Única dos Trabalhadores), afirma que as práticas irregulares das fazendas de laranja é generalizada também nas regiões de Barretos e Botucatu.
"Falta uma articulação institucional capaz de enfrentar os grandes grupos econômicos." O maior problema na regiões de plantação de laranja e de cana é o uso de agrotóxicos sem proteção para o trabalhador e para a natureza.
"Há pomar de laranja sendo pulverizado a cinco metros de um córrego. Só uma ação conjunta entre Ministério da Agricultura e outros órgãos do governo pode inibir isso", afirma.
O interesse do governo brasileiro, afirma, é vender suco de laranja e açúcar a preço baixo no exterior, "mesmo que isso arrebente o nosso ambiente e as relações de trabalho. O Brasil está submisso aos interesses internacionais."
Segundo ele, as equipes de trabalhadores rurais que aplicam de herbicidas nas plantações de cana não têm proteção e equipamento adequado. "É muito fácil identificar esses trabalhadores na região, mas o Ministério do Trabalho não fiscaliza. Alguns trabalhadores pediram que fosse reconhecida a insalubridade nessa função, mas foram demitidos pelas usinas", afirma.
Em qualquer usina da região de Araraquara, diz, existem 40 trabalhadores aplicando herbicidas, sem o registro dessa atividade na carteira. Pior: voltam para a casa com a roupa infectada. (FF e CR)


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