|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CAPITAL EXTERNO
Segundo Instituto de Finanças Internacionais, região deve receber US$ 32 bi de recursos estrangeiros
Investimento na AL terá recuperação morna
FERNANDO CANZIAN
DO ENVIADO ESPECIAL A DUBAI
Os investimentos estrangeiros
diretos para a América Latina devem ter uma pequena recuperação em 2004, chegando a US$ 32
bilhões. Do total, US$ 10 bilhões
devem ser dirigidos ao Brasil.
A maior parte dos recursos deve
ser aplicada no país no setor bancário e em empresas de serviços
públicos, como telefonia e energia
elétrica. As previsões são do IIF
(Instituto de Finanças Internacionais, na sigla em inglês) e foram
apresentadas ontem em Dubai
durante reunião do FMI.
O instituto também previu um
crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) "sem brilho" -de
0,5%- para o Brasil neste ano.
Mas disse acreditar em uma "retomada", com 3,7% de aumento
do PIB em 2004.
O IIF afirma que o Brasil tem
feito progressos, mas alerta que
"maiores desafios" -como a
aprovação final das reformas-
continuam pendentes.
Os US$ 10 bilhões previstos para
o Brasil em investimentos diretos
representam o dobro do que o
país recebeu entre janeiro e julho
deste ano. Desde julho, tem havido uma tendência de aumento
nos investimentos diretos ao Brasil, que devem fechar 2003 acima
de US$ 10 bilhões. Por essa razão,
é possível que o IIF eleve nos próximos meses a previsão para os
investimentos em 2004.
Na América Latina como um
todo, o IIF prevê para 2004 um
aumento de apenas US$ 7 bilhões
em investimentos diretos em
comparação aos US$ 25 bilhões
esperados para este ano.
Já os fluxos totais de capitais
privados (de empresas, bancos e
investidores em Bolsa) para a região devem atingir, no total, US$
39,4 bilhões em 2004.
A América Latina vai absorver
cerca de 21% do total de investimentos dirigidos aos mercados
emergentes mundiais, mas os
US$ 39,4 bilhões previstos ficarão
39% abaixo do que a região recebeu em 2001. O valor equivale
também a menos da metade do
que a Ásia vai receber.
O IIF considera, no entanto, que
o resultado é "bastante positivo",
levando-se em conta que os países
latino-americanos atravessaram
um período de crises nos últimos
dois anos e meio. "A tendência de
aumentos nos fluxos de capital é
uma resposta à volta da confiança
dos investidores internacionais
nas economias emergentes", afirmou Charles Dallara, diretor-gerente do IIF. "Mas é importante
agora que os países consolidem
essas políticas que vêm gerando o
otimismo."
No total, os mercados emergentes mundiais devem receber neste
ano US$ 40 bilhões a mais (um total de US$ 162 bilhões) em fluxos
de capital em comparação aos valores do ano passado. Para 2004, a
previsão é de US$ 186 bilhões.
O presidente do Citibank, William Rhodes, membro do IIF, citou o Brasil como exemplo de país
que vem "aproveitando" o momento "para dar passos decisivos
no sentido de lançar bases para o
crescimento sustentável".
A América Latina deve fechar
2003 com um fraco desempenho.
O IIF prevê uma taxa de 0,7% para 2003 e de 3,3% em 2004, quando o Brasil ficaria acima da média,
com 3,7%.
Texto Anterior: Carteira de líder tem ganho de 205% Próximo Texto: Snow faz elogios à "habilidade" de Lula e Palocci Índice
|