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PRESSÃO NO BOLSO
Bancos se antecipam à decisão do Copom, e taxa média para pessoa física sobe para 63,1% em agosto
Juro ao consumidor é o maior desde abril
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Seguindo a trajetória de alta indicada pelo Banco Central para os
juros básicos da economia, as taxas cobradas pelos bancos nos
empréstimos concedidos a pessoas físicas atingiram o nível mais
elevado desde abril.
Segundo levantamento feito pelo BC, os juros médios praticados
nessas modalidades de crédito
chegaram a 63,1% ao ano em
agosto. Em julho, a taxa média estava em 62% ao ano.
O chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, diz
que o aumento é reflexo da elevação dos chamados juros futuros
-projeções feitas pelo mercado
financeiro para o comportamento das taxas nos próximos meses.
A alta dos juros futuros, por sua
vez, se acentuou devido aos sinais
de aumento da taxa Selic.
Desde o final de julho, o BC vinha indicando que pretendia elevar a Selic para fazer com que a inflação ficasse dentro dos limites fixados pela meta do governo -a
elevação só se concretizou na semana passada, quando a taxa passou de 16% ao ano para 16,25%.
Bastaram as sinalizações do BC,
porém, para que muitos investidores se antecipassem e passassem a projetar juros mais elevados no mercado. Isso, segundo
Lopes, fez com que os bancos
também aumentassem suas taxas.
Os juros cobrados no crédito
pessoal registraram sua primeira
alta desde março do ano passado.
Entre julho e agosto, a taxa passou
de 71,7% ao ano para 73,8%.
A queda nos juros praticados
nessa modalidade de financiamento era influenciada pela expansão do chamado crédito em
consignação, em que as parcelas a
serem pagas pelo devedor são
descontadas diretamente no seu
salário. Nesse caso, os juros cobrados pelos bancos são de 38,5%
ao ano, segundo o BC.
No caso dos empréstimos a empresas, por outro lado, registrou-se uma queda nos juros. Entre julho e agosto, a taxa cobrada nesses
financiamentos passou de 29,7%
ao ano para 28,8%. O movimento
foi causado pelo recuo de 3,07%
na cotação do dólar no período
-23,6% dos créditos obtidos por
pessoas jurídicas são corrigidos
pela moeda norte-americana.
Além disso, afirma Lopes, os juros médios caíram por um efeito
estatístico, já que muitas empresas passaram a buscar modalidades de crédito que cobram taxas
mais baixas, o que puxa a taxa
média geral para baixo.
Quando considerados os créditos controlados pelo governo, o
total de crédito disponível no país
chega a R$ 452,8 bilhões -26,4%
do PIB (Produto Interno Bruto).
Em países como o Chile, ela gira
em torno de 60%.
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