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Indústria fala em recompor lucro
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os aumentos dos custos dos insumos (matérias primas) e das tarifas e a pressão por reajuste de salários estão forçando a indústria a
reajustar os seus preços. De acordo com avaliação do presidente
da CNI (Confederação Nacional
da Indústria), deputado Armando Monteiro Neto (PTB-PE), há
também um processo de recomposição das margens de lucro das
empresas.
"Há pressões represadas, essa é
uma questão concreta, as pressões de custo existem. E há um
movimento para você recompor
minimamente certas margens [de
lucro]", explicou. "Você vem absorvendo as pressões de custo, e
chega um momento em que você
não tem mais condições de absorver", disse.
Além disso, existe a pressão por
reajustes salariais dos funcionários, segundo ele. "Há na área de
salário uma pressão para recompor salários reais. Isso tudo pressiona o custo", afirmou.
Alegando pressões inflacionárias, o Banco Central elevou na semana passada a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual.
Com isso, iniciou o que qualificou
de processo moderado de ajuste,
indicando que novas altas serão
adotadas. Com o aumento, a taxa
passou para 16,25% ao ano.
Monteiro Neto falou sobre as
pressões inflacionárias em entrevista coletiva, após almoço em homenagem a Carlos Lessa, presidente do BNDES. Lessa foi homenageado pela CNI pelo fato de o
BNDES ter criado uma linha de
crédito específica para financiar o
capital de giro das empresas.
Cobrança
Lessa cobrou das grandes empresas projetos para desenvolver
o país e dar sustentabilidade ao
crescimento econômico. "Onde
está a nossa angústia? Está nos
grandes projetos das grandes empresas, porque até agora recebemos relativamente poucos", disse, durante almoço. "As empresas
grandes da economia ainda estão
espiando para apresentar os seus
projetos", afirmou.
Apesar do aumento da quantidade de empréstimos feitos pelo
banco para pequenas e médias
empresas, Lessa disse que são os
projetos das grandes empresas
que importam. "Não há sustentabilidade do crescimento da economia a longo prazo se as grandes
não se moverem", disse.
Ele defendeu que o banco possa
ampliar o volume de empréstimos. "Se a questão for desenvolver [o país], deixem o BNDES alavancar um pouco, que nós capturaremos os recursos que forem
necessários para impulsionar o
desenvolvimento", disse.
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