São Paulo, quarta-feira, 22 de setembro de 2004

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Paralisação cancela vôos da Vasp

MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL

No dia em que o balanço da Vasp apontou que a empresa teve um prejuízo líquido no primeiro semestre do ano de R$ 25,8 milhões, 198% maior do que mesmo período de 2003, uma greve organizada por funcionários paralisou boa parte dos vôos da empresa.
A greve, segundo informações da Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária), cancelou 27 dos 50 vôos programados para ontem no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. No aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, todos os vôos foram cancelados.
A paralisação, que, segundo os sindicalistas, deveria terminar à 0h de hoje, foi organizada pelo Sindicato Nacional dos Aeronautas e estava marcada para durar 24 horas. Na sexta-feira, a empresa havia informado que os salários seriam pagos anteontem.
"Nada foi pago", afirmou Cláudio Toledo, economista do sindicato. "A greve não é só por causa dos atrasos, mas também por causa do relacionamento ruim da presidência da empresa com os funcionários", disse. Segundo ele, a presidente do sindicato, Graziela Baggio, deve se reunir hoje com a presidência da empresa.
Anteontem, a Vasp divulgou nota, por meio de sua assessoria de imprensa, na qual afirmou que suas operações prosseguem com normalidade. "Os eventuais problemas operacionais com vôos da Vasp surgidos hoje nos aeroportos estão sendo contornados com o empenho da empresa acomodando os passageiros em congêneres e em hotéis, para aguardar novos vôos da própria companhia", diz o texto.
A companhia também afirmou que os salários estão sendo regularizados e pediu que os funcionários "não se deixem levar por boatos e permaneçam em seus postos de trabalho".
Além de atrasos nos pagamentos, os funcionários da empresa aérea reclamam também de não receberem as diárias de alimentação e de irregularidade dos depósitos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).
A situação da companhia, que sentiu fortemente o impacto da alta do petróleo e da guerra de tarifas no início do ano, entre outros fatores, piora a cada dia. Um sintoma é que um avião da aérea, um Boeing 737-300, foi arrestado anteontem, conforme a Folha apurou. Outras três aeronaves, segundo informações extra-oficiais, estão paradas por falta de peças.
Procurada no fim da tarde de ontem para se posicionar sobre a aeronave arrestada, a assessoria de imprensa da Vasp disse que não poderia encontrar um representante nesse horário.
A participação de mercado da aérea caiu de 11,46% em janeiro para 9,93% em agosto deste ano.


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