São Paulo, quarta-feira, 22 de setembro de 2004

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MERCADO FINANCEIRO

Investidor pede taxa alta, e governo só negocia papéis com prazo mais curto; dólar fecha a R$ 2,869

Tesouro não consegue vender título prefixado

DA REPORTAGEM LOCAL

O Tesouro Nacional não aceitou as propostas das instituições financeiras e deixou de vender papéis prefixados (LTNs) com prazo em janeiro de 2006. Em leilão realizado ontem, o Tesouro vendeu apenas os papéis prefixados mais curtos, com resgate em julho de 2005, e pagou taxa máxima de 18,04% nos papéis.
Operadores do mercado afirmam que as instituições pediram taxas próximas a 18,40% para ficar com os títulos que vencem em 2006, preço que deve ter sido considerado elevado pelo governo.
"Tentar colocar no mercado um papel um pouco mais longo na semana em que será conhecida a ata do Copom é difícil", diz Carlos Henrique de Abreu, analista da corretora Socopa.
Isso porque apenas amanhã, quando será divulgada a ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), o mercado terá mais claros os motivos que levaram o BC a aumentar a Selic (taxa básica de juros da economia) de 16% para 16,25% ao ano.
Uma ata muito pessimista pode mexer com o mercado financeiro.
Se o Tesouro tivesse aceito as taxas pedidas pela instituições pelas LTNs, os juros futuros poderiam ter sido pressionados, algo que não aconteceu ontem.
Na BM&F, o número de contratos DI -que refletem os juros praticados entre os bancos- negociados foi 51% superior ao registrado no pregão de segunda-feira. Mas a maior movimentação não se refletiu em ajustes das projeções das taxas futuras de juros na BM&F.
O contrato DI com prazo de resgate em abril de 2005, o segundo mais negociado do dia, fechou com taxa de 17,17% ante 17,21% do dia anterior.
Foram vendidas ao mercado também LFTs (Letras Financeiras do Tesouro, títulos pós-fixados), com prazos entre agosto de 2005 e março de 2007.
A elevação de 0,25 ponto percentual na taxa de juros norte-americana não trouxe turbulência ao mercado financeiro. Uma decisão nesse sentido era amplamente esperada.
O dólar recuou 0,24% diante do real, para encerrar a R$ 2,869.
Com os resultados recordes da balança comercial e as operações de captação de recursos fechadas no mercado internacional por empresas e bancos, o dólar não deve ser pressionado no curto prazo. (FABRICIO VIEIRA)


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