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Sarkozy defende que BCE reduza taxa de juros
DA REDAÇÃO
Com o euro voltando a bater
recorde em relação ao dólar, o
presidente francês, Nicolas
Sarkozy, pediu que o BCE
(Banco Central Europeu) reduza a taxa de juros da região. Já a
chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente do BC da zona do euro, o francês Jean-Claude Trichet, reiteraram a
independência do organismo.
Em entrevista à TV francesa,
Sarkozy sugeriu que Trichet
deveria seguir o exemplo do
Fed (o BC dos Estados Unidos),
que reduziu, em reunião na última terça, em 0,50 ponto percentual a taxa de juros básica
do país, para 4,75%.
"Quando o banco central dos
Estados Unidos reduz suas taxas de juros, tudo sobe. Ao não
baixarmos as nossas, vamos
cair," afirmou o mandatário.
"Estou dizendo a Trichet: "Olhe
o que os outros estão fazendo"."
Em reunião no início deste
mês, o BCE manteve a taxa de
juros da região em 4%.
A declaração de Sarkozy foi
seguida por sua ministra das
Finanças, Christine Lagarde.
Segundo ela, o BCE deve agir
para equilibrar o euro, que ontem atingiu a cotação recorde
de US$ 1,4121. "Esperamos que
no reunião de outubro o BCE
examine as conseqüências e tome as medidas apropriadas."
Para Sarkozy e vários executivos de companhias européias,
a alta do euro em relação ao dólar ameaça as exportações e o
crescimento da região.
Quase ao mesmo tempo, na
Alemanha, Merkel criticou as
tentativas de intromissão no
BCE. "Resistiremos a qualquer
tentativa de pôr em xeque a independência do banco central
[da zona do euro]", afirmou em
evento de comemoração do 50º
aniversário do BC alemão.
Para Merkel, a "menor suspeita" de que os dirigentes europeus estão divididos com relação à liberdade do BCE frente
à interferência política "ameaçará a estabilidade do euro".
Trichet, que estava presente
no mesmo evento, disse que a
independência do BCE é essencial para o sucesso da política
monetária da entidade. "Quero
lembrar que a estabilidade dos
preços e a independência do
banco central têm que serem
defendidas todos os dias."
Já o ex-presidente do Fed
Alan Greenspan (1987-2006)
disse, em entrevista, não acreditar que Sarkozy conseguirá
que o BCE corte os juros. Para
ele, o francês está "errado nessa
questão em particular".
A divergência entre Sarkozy
e Merkel é mais uma entre os
dois dirigentes, em um momento em que eles tentam levar adiante projetos em comum, como a criação de uma
política econômica externa para a Europa.
Segundo o "Financial Times", Merkel estaria cansada
da posição mais ostentosa de
Sarkozy. Autoridades francesas
afirmam que essa é a natureza
do presidente e que seu desejo
por reformas mostra que o país
é uma força que deve novamente ser considerada.
Com agências internacionais
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