São Paulo, sábado, 22 de setembro de 2007

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Sarkozy defende que BCE reduza taxa de juros

DA REDAÇÃO

Com o euro voltando a bater recorde em relação ao dólar, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, pediu que o BCE (Banco Central Europeu) reduza a taxa de juros da região. Já a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente do BC da zona do euro, o francês Jean-Claude Trichet, reiteraram a independência do organismo.
Em entrevista à TV francesa, Sarkozy sugeriu que Trichet deveria seguir o exemplo do Fed (o BC dos Estados Unidos), que reduziu, em reunião na última terça, em 0,50 ponto percentual a taxa de juros básica do país, para 4,75%.
"Quando o banco central dos Estados Unidos reduz suas taxas de juros, tudo sobe. Ao não baixarmos as nossas, vamos cair," afirmou o mandatário. "Estou dizendo a Trichet: "Olhe o que os outros estão fazendo"."
Em reunião no início deste mês, o BCE manteve a taxa de juros da região em 4%.
A declaração de Sarkozy foi seguida por sua ministra das Finanças, Christine Lagarde. Segundo ela, o BCE deve agir para equilibrar o euro, que ontem atingiu a cotação recorde de US$ 1,4121. "Esperamos que no reunião de outubro o BCE examine as conseqüências e tome as medidas apropriadas."
Para Sarkozy e vários executivos de companhias européias, a alta do euro em relação ao dólar ameaça as exportações e o crescimento da região.
Quase ao mesmo tempo, na Alemanha, Merkel criticou as tentativas de intromissão no BCE. "Resistiremos a qualquer tentativa de pôr em xeque a independência do banco central [da zona do euro]", afirmou em evento de comemoração do 50º aniversário do BC alemão.
Para Merkel, a "menor suspeita" de que os dirigentes europeus estão divididos com relação à liberdade do BCE frente à interferência política "ameaçará a estabilidade do euro".
Trichet, que estava presente no mesmo evento, disse que a independência do BCE é essencial para o sucesso da política monetária da entidade. "Quero lembrar que a estabilidade dos preços e a independência do banco central têm que serem defendidas todos os dias."
Já o ex-presidente do Fed Alan Greenspan (1987-2006) disse, em entrevista, não acreditar que Sarkozy conseguirá que o BCE corte os juros. Para ele, o francês está "errado nessa questão em particular".
A divergência entre Sarkozy e Merkel é mais uma entre os dois dirigentes, em um momento em que eles tentam levar adiante projetos em comum, como a criação de uma política econômica externa para a Europa.
Segundo o "Financial Times", Merkel estaria cansada da posição mais ostentosa de Sarkozy. Autoridades francesas afirmam que essa é a natureza do presidente e que seu desejo por reformas mostra que o país é uma força que deve novamente ser considerada.


Com agências internacionais

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