São Paulo, sábado, 22 de setembro de 2007

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PREÇOS

Tarifa de ônibus sobe mais de 110% desde 2001, diz FGV

DEISE DE OLIVEIRA
DA FOLHA ONLINE

As tarifas de ônibus urbano lideram o aumento de preço do transporte público no país entre janeiro de 2001 e agosto de 2007, com alta de 110,61%. Segundo estudo divulgado ontem pela FGV (Fundação Getulio Vargas), todas as categorias de transporte público, com exceção das barcas, tiveram reajuste de tarifas superior à inflação medida pelo IPC (Índice de Preços ao Consumidor) no período, de 54,92%.
Os trens ficaram 94,04% mais caros entre 2001 e agosto de 2007, o metrô, 82,61%, o táxi, 72,86%, o transporte escolar, 64,94%, o ônibus interurbano, 63,75%, e as barcas, 49,65%.
Segundo a pesquisa realizada pelo economista André Braz, do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia) da FGV, os gastos com transporte público comprometem cerca de 6% do orçamento doméstico entre 1 e 33 salários mínimos.
"Para famílias com renda entre 1 e 2,5 salários, os gastos com transportes saltam de 6% para 12%. O transporte público é uma despesa que pesa e restringe o orçamento familiar", explica Braz. A pesquisa leva em conta preços de sete cidades: Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Brasília, Salvador e Recife.
O destaque nos gastos com transporte público é o ônibus urbano, que responde, em média, por 70% da despesa das famílias com deslocamento. Para Braz, o aumento acumulado na tarifa do ônibus público urbano entre 2001 e agosto de 2007 pode ser explicado pelo reajuste de 149% no óleo diesel no mesmo período.
"O óleo diesel é o principal combustível usado pela frota de ônibus. Mas o setor também tem uma estrutura muito pesada, com salários e pessoal, que aumenta o custo", diz o economista.
Neste ano, até agosto, a tarifa do transporte público acumula alta de 2,16% -ante IPC medido pela FGV de 3,23%. Para Braz, o resultado indica a possibilidade de o setor fechar 2007 com a menor taxa de crescimento dos últimos sete anos.
No acumulado deste ano até agosto, o ônibus urbano subiu 2,66%, o trem urbano, 0,63% e o metrô, 0,16%.


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