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Mattel pede à China desculpas por recall
Horas depois, empresa diz que relatos foram "descaracterizados" e desculpa a fabricantes se referia a problemas com ímãs
Empresa teve que recolher em todo o mundo mais de 21 milhões de brinquedos fabricados na China; só no Brasil foram 857 mil itens
DENYSE GODOY
DE NOVA YORK
A gigante americana fabricante de brinquedos Mattel pediu desculpas à China, ontem,
pelos recentes recalls de produtos importados do país, assumindo a responsabilidade por
falhas de projeto no caso das
peças que possuíam pequenos
ímãs que se soltavam e podiam
ser engolidos pelas crianças. No
entanto, horas depois, nos
EUA, a Mattel minimizou seu
pedido de desculpas.
Sobre os brinquedos pintados com tinta contendo chumbo, a empresa admitiu que representavam uma parcela menor dentro dos recolhimentos.
"Nossa reputação foi danificada por esses recalls", disse Thomas A. Debrowski, vice-presidente-executivo para operações globais da companhia, durante encontro em Pequim
com Li Changjiang, diretor da
Administração Geral de Supervisão da Qualidade, Inspeção e
Quarentena da China.
"A Mattel toma para si total
responsabilidade por esses recalls e pede desculpas pessoalmente ao senhor, ao povo chinês e a todos os nossos consumidores que receberam esses
brinquedos", disse o executivo.
Ele acrescentou que "a grande maioria dos produtos que foram alvo do recall apresentava
falhas no design da Mattel, e
não uma falha de fabricação
dos industriais chineses".
No final da tarde, porém, a
empresa divulgou um comunicado afirmando que as palavras
do seu executivo foram mal interpretadas pela imprensa, que
estava presente à reunião.
"Alguns relatos do encontro
de hoje da Mattel com as autoridades chinesas estavam descaracterizados. Já que os brinquedos da Mattel são vendidos
em todo o mundo, a Mattel se
desculpou com os chineses da
mesma forma como tem feito
em qualquer lugar onde eles
são vendidos", diz a nota.
"O recall dos ímãs se deveu
ao fato de que a Mattel está
adotando novos padrões de design para deixá-los mais seguros. No que se refere às críticas
que a China recebeu pelos
ímãs, a Mattel se desculpou."
Os últimos recalls atingiram
mais de 21 milhões de brinquedos em todo o mundo, sendo
11,7 milhões por causa dos ímãs
-esse problema apareceu em
850 mil artigos vendidos no
Brasil. Problema com excesso
de chumbo na tinta exigiu o recolhimento de 7.057 unidades
no país. O governo proibiu a
Mattel de importar brinquedos
para vender no Brasil.
Desde junho, quando a Mattel determinou três grandes recalls de brinquedos importados
da China, os fabricantes chineses reclamavam que estavam
levando a culpa por falhas de
design da própria Mattel. As
declarações de Debrowski podem ajudar os industriais da
China a recuperar um pouco da
sua credibilidade.
O governo chinês tem reiterado a qualidade dos produtos
que exporta, apesar das notícias de problemas não só com
brinquedos mas com comida,
pasta de dente e pneus.
"Uma grande parte dos seus
lucros anuais vem de fábricas
chinesas", destacou Li durante
a reunião. "Isso evidencia que a
nossa cooperação é de interesse da Mattel e deve ser valorizada pelas duas partes."
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