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Metalúrgicos da GM decidem encerrar greve
Funcionários de São Caetano do Sul e São José dos Campos vão receber 8,3% de reajuste salarial e abono de R$ 1.950
Segundo o sindicato, 4.000 veículos deixaram de ser fabricados com paralisação; no PR, continua o impasse nas negociações com a Volks
FÁBIO AMATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
Funcionários da GM (General Motors) de São José dos
Campos, no interior de São
Paulo, e de São Caetano do Sul,
no ABC paulista, aceitaram
proposta de reajuste salarial de
8,3% e abono de R$ 1.950 e encerram a greve iniciada na
montadora na sexta-feira.
O acordo entre trabalhadores e montadora saiu após quatro paralisações na unidade e a
intervenção do TRT (Tribunal
Regional do Trabalho).
"A nossa avaliação é que este
é um bom acordo, superior ao
que foi feito pela CUT em Taubaté e São Bernardo do Campo.
Foi fruto da mobilização, da resistência e da organização dos
trabalhadores", disse Vivaldo
Moreira, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São
José dos Campos (filiado à Conlutas, formada por sindicatos
dissidentes da CUT).
Em Taubaté e São Bernardo,
os trabalhadores conseguiram
reajuste de 6,53% (sendo 2% de
aumento real) e abono de R$
1.500. A negociação no ABC foi
por setor, não por fábrica como
no interior. O acordo de São
Bernardo vale para os metalúrgicos de Volks, Ford, Scania e
Mercedes. Segundo sindicalistas da CUT, apesar do reajuste
ser menor do que no interior,
os salários da categoria no ABC
são os mais altos do país. Um
montador da região recebe em
média R$ 3.450. No interior, a
remuneração é de R$ 2.400.
O acordo em São José dos
Campos foi precedido de quatro greves dos funcionários da
GM e após a Justiça do Trabalho propor o índice intermediário de 8,3% mais abono. A GM
oferecia 6,53%, e o sindicato
exigia 14,65%. No final de semana, a GM informou que aceitava conceder o reajuste.
O reajuste de 8,3% atinge os
funcionários com salário de até
R$ 7.000. Para quem ganha acima desse valor, o reajuste é fixo
de R$ 581. A GM aceitou pagar
50% dos dias parados -os trabalhadores vão compensar a
outra metade das horas.
A GM não comentou o assunto. Segundo o sindicato, 4.000
carros deixaram de ser fabricados com as paralisações.
PR
No Paraná, com o impasse
sobre o fim da paralisação na
Volkswagen-Audi, em São José
dos Pinhais, a Força Sindical
criou um fundo de greve para
atender os 3.500 metalúrgicos
da fábrica, parados há 16 dias.
Segundo o sindicato da categoria, a empresa quer descontar os dias parados. Em nota
oficial, a direção do sindicato
afirmou que os recursos do fundo serão arrecadados pela Força e repassados aos grevistas.
A Volks pediu que o Tribunal
Regional do Trabalho julgue a
legalidade da greve, o que deve
ocorrer até o final desta semana. Em 15 dias de greve, a unidade deixou de produzir 12,3
mil carros, segundo o sindicato.
Os metalúrgicos rejeitaram a
proposta da empresa: reajuste
de 7,57%, abono de R$ 2.000 na
folha de setembro e aumento
no adicional noturno de 25% a
partir de agosto de 2010. Os trabalhadores querem reajuste salarial de 10% e elevação de 30%
no adicional noturno a ser pago
imediatamente. A direção da
Volks não comentou a greve.
Autopeças
Desde quinta-feira passada,
quando os trabalhadores das
autopeças do ABC (ligados à
CUT) decidiram fazer greve geral para pedir um aumento real
de salários, 41 fábricas procuraram o sindicato para negociar
por empresa.
Colaboraram DIMITRI DO VALLE , da Agência
Folha, em Curitiba, e CLAUDIA ROLLI , da Reportagem Local
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