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NO SUFOCO
Queda em setembro foi de 7,72% em relação a agosto, após dois meses de expansão; consumidor está pessimista
Vendas em supermercados voltam a cair
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Foram divulgados ontem os dados sobre as vendas em supermercados no país em setembro.
Os resultados chocaram os próprios pesquisadores. Houve queda de 7,72% nas vendas reais em
relação a agosto -a terceira
maior retração do ano.
Em comparação com setembro
de 2002, a redução foi de 9,93%-
o pior resultado para o período
nessa base de comparação.
"Quando recebi a informação
da área econômica, entramos em
contato com as seis maiores lojas
do país para tentar entender o que
está acontecendo", diz João Carlos de Oliveira, presidente da
Abras, entidade que representa o
setor e que apresentou os dados.
A retração em setembro ocorre
após dois meses de desempenhos
positivos (julho e agosto).
Resultados do Carrefour e do
Pão de Açúcar, as duas maiores
redes de supermercados do país,
mostram que as cadeias tiveram
resultados tímidos, quando não
números negativos nos balanços.
Segundo balancete do Carrefour publicado na França, as vendas no Brasil apresentaram alta de
9,2% no terceiro trimestre, mas,
descontado o efeito da depreciação da moeda local, a expansão
foi de 1,2% em relação ao ano passado. De janeiro a setembro, sem
contar os efeitos da moeda, houve
queda de 21% nas vendas.
No Pão de Açúcar, houve retração de 9,3% nas vendas líquidas (e
descontada a inflação) em setembro em relação a 2002. Nesse caso,
são contabilizados os resultados
apenas das mesmas lojas que a rede tinha no ano passado.
Para analistas de varejo, a forte
migração de consumidores de
marcas líderes para marcas de
preços mais baixos -movimento
esse que ainda não terminou-
assim como a queda na renda ainda são fatores que pesam nos resultados do setor. Para a Abras, a
queda em setembro, após dois
meses no azul, pode ser explicada
pelo comportamento do consumidor. "Os gastos em setembro
ficaram concentrados no pagamento de dívidas", diz Oliveira.
Reunião fechada
No início da tarde de ontem,
executivos das principais redes de
supermercados no país e representantes de pequenas lojas se
reuniram em São Paulo. Foram
debater soluções a serem apresentadas ao Procon. As lojas são alvo
de uma forte fiscalização da entidade, que solicitou às redes mudanças na forma como operam.
O Procon quer que as redes
apertem a fiscalização do prazo de
validade dos produtos, por exemplo. Atualmente, as lojas têm
equipes internas que verificam,
durante o dia e por amostragem,
o prazo de validade das mercadorias. Para o Procon, isso é pouco.
Ontem, a Fecomercio SP apresentou o IIC (Índice de Intenções
do Consumidor) de outubro:
99,52 pontos -taxa semelhante à
de setembro. Abaixo de cem pontos, indica pessimismo dos consumidores em relação à situação
econômica. Segundo o levantamento, 48,4% de 900 entrevistados não pretendem comprar bens
duráveis (DVDs, TVs) nos próximos dois meses.
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