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MERCADO FINANCEIRO
Investidores estrangeiros sustentam quase sozinhos alta da Bolsa; já fundações têm vendido ações
Bovespa já sobe 103,55% em dólar no ano
DA REPORTAGEM LOCAL
Pouco sobrou da euforia de
duas semanas atrás no mercado
financeiro do país. Operadores
estão reavaliando se a valorização
já atingida pelos ativos brasileiros
é sustentável. A exceção surpreendente é a Bovespa (Bolsa de
Valores de São Paulo), que, movida por dinheiro de fora, tem conseguido se sustentar em patamar
próximo aos 18 mil pontos.
Ontem, o mercado acionário
voltou a subir. Fechou com valorização de 0,43% a 18.448 pontos,
depois de atingir 1,5% de alta durante o dia. O volume negociado
foi de R$ 1,067 bilhão.
Dados da Bovespa indicam que
sua valorização, que já é de
103,55% em dólares neste ano,
tem sido sustentada unicamente
por recursos externos. Até o último dia 17, entre os seis tipos de investidor analisados, os estrangeiros eram os únicos que mantinham forte captação (resultado
de entradas menos saídas) positiva, de R$ 1,1 bilhão, em outubro.
Bem atrás vinham as instituições financeiras, com pequeno
saldo positivo de R$ 103,7 milhões. Todos os demais grupos de
investidores contabilizavam mais
saídas do que ingressos na Bovespa neste mês até o dia 17.
Operadores têm percebido que
os fundos de pensão vêm se destacando na venda de ações. Estariam aproveitando a forte demanda para reduzir sua alta exposição
ao mercado acionário.
Já os estrangeiros parecem
manter o propósito de aumentar
a parcela de ações de empresas de
países emergentes em suas carteiras. Em termos de alta no ano em
dólares, Venezuela (105,09%) e
Argentina (105,07%) continuam
disputando com o Brasil o primeiro lugar no ranking das Bolsas
mais valorizadas do mundo.
Outro motivo para a procura
por ações é a aposta na manutenção da política de corte de juros.
No mercado cambial, analistas
acreditam que, no curto prazo, o
dólar vá oscilar entre R$ 2,8 e R$
2,9. Ontem, a moeda norte-americana caiu 0,66% para R$ 2,857.
Depois de não renovar nada do
último lote de dívida cambial, o
Banco Central anunciou ontem
que ofertará US$ 200 milhões do
total de US$ 1,514 bilhão que vence no próximo 3 de novembro.
A medida era esperada. Se nada
fosse ofertado novamente, o mercado receberia a notícia como
mudança confirmada de tendência, o que poderia levar a pressão
indesejada sobre a cotação do dólar.
(ÉRICA FRAGA)
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