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São Paulo, quarta-feira, 22 de outubro de 2003

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MERCADO FINANCEIRO

Investidores estrangeiros sustentam quase sozinhos alta da Bolsa; já fundações têm vendido ações

Bovespa já sobe 103,55% em dólar no ano

DA REPORTAGEM LOCAL

Pouco sobrou da euforia de duas semanas atrás no mercado financeiro do país. Operadores estão reavaliando se a valorização já atingida pelos ativos brasileiros é sustentável. A exceção surpreendente é a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo), que, movida por dinheiro de fora, tem conseguido se sustentar em patamar próximo aos 18 mil pontos.
Ontem, o mercado acionário voltou a subir. Fechou com valorização de 0,43% a 18.448 pontos, depois de atingir 1,5% de alta durante o dia. O volume negociado foi de R$ 1,067 bilhão.
Dados da Bovespa indicam que sua valorização, que já é de 103,55% em dólares neste ano, tem sido sustentada unicamente por recursos externos. Até o último dia 17, entre os seis tipos de investidor analisados, os estrangeiros eram os únicos que mantinham forte captação (resultado de entradas menos saídas) positiva, de R$ 1,1 bilhão, em outubro.
Bem atrás vinham as instituições financeiras, com pequeno saldo positivo de R$ 103,7 milhões. Todos os demais grupos de investidores contabilizavam mais saídas do que ingressos na Bovespa neste mês até o dia 17.
Operadores têm percebido que os fundos de pensão vêm se destacando na venda de ações. Estariam aproveitando a forte demanda para reduzir sua alta exposição ao mercado acionário.
Já os estrangeiros parecem manter o propósito de aumentar a parcela de ações de empresas de países emergentes em suas carteiras. Em termos de alta no ano em dólares, Venezuela (105,09%) e Argentina (105,07%) continuam disputando com o Brasil o primeiro lugar no ranking das Bolsas mais valorizadas do mundo.
Outro motivo para a procura por ações é a aposta na manutenção da política de corte de juros.
No mercado cambial, analistas acreditam que, no curto prazo, o dólar vá oscilar entre R$ 2,8 e R$ 2,9. Ontem, a moeda norte-americana caiu 0,66% para R$ 2,857.
Depois de não renovar nada do último lote de dívida cambial, o Banco Central anunciou ontem que ofertará US$ 200 milhões do total de US$ 1,514 bilhão que vence no próximo 3 de novembro.
A medida era esperada. Se nada fosse ofertado novamente, o mercado receberia a notícia como mudança confirmada de tendência, o que poderia levar a pressão indesejada sobre a cotação do dólar. (ÉRICA FRAGA)


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