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São Paulo, quarta-feira, 22 de outubro de 2003

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Brasileiro vê propostas contraditórias

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O embaixador brasileiro e co-presidente a Alca, Adhemar Bahadian, acusa os Estados Unidos de contradições nas negociações para a formação da área. Bahadian, em diversas momentos, afirmou que os norte-americanos pregam uma política para a Alca, mas implementam outra.
"O que me parece contraditório é que um país explicite suas sensibilidades nacionais, procure excluir temas da mesa, e queira, ao mesmo tempo, impedir que outros países façam o mesmo", disse o embaixador durante seminário sobre Alca, em Brasília.
Os temas que os EUA querem excluir da negociação são a eliminação ou redução dos subsídios internos à agricultura e regras para defesa comercial (antidumping). Eles querem negociar os dois temas na OMC (Organização Mundial do Comércio). O Brasil pretende deixar para a OMC as questões de compras governamentais, propriedade intelectual, investimentos e a maior parte dos temas relacionados a serviços.
Depois de seu discurso, Bahadian disse aos jornalistas que "os EUA são um país subdesenvolvido e desenvolvido ao mesmo tempo". "Subdesenvolvido quando trata de cítricos para resolver o problema da economia da Flórida; desenvolvido quando trata de serviços financeiros", completou.
Para ele, a Alca corre o risco de fracassar se a agenda de negociação continuar tão ambiciosa quanto querem os norte-americanos. Bahadian também indicou que o Brasil pretende fazer propostas mais generosas aos seus parceiros sul-americanos, como Equador e Venezuela, do que para os países mais ricos.
Ele finalizou seu discurso com uma defesa veemente do secretário-geral do Itamaraty, Samuel Pinheiro Guimarães, conhecido por suas opiniões radicalmente contrárias à Alca.


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