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Brasileiro vê propostas contraditórias
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O embaixador brasileiro e co-presidente a Alca, Adhemar Bahadian, acusa os Estados Unidos
de contradições nas negociações
para a formação da área. Bahadian, em diversas momentos,
afirmou que os norte-americanos
pregam uma política para a Alca,
mas implementam outra.
"O que me parece contraditório
é que um país explicite suas sensibilidades nacionais, procure excluir temas da mesa, e queira, ao
mesmo tempo, impedir que outros países façam o mesmo", disse
o embaixador durante seminário
sobre Alca, em Brasília.
Os temas que os EUA querem
excluir da negociação são a eliminação ou redução dos subsídios
internos à agricultura e regras para defesa comercial (antidumping). Eles querem negociar os
dois temas na OMC (Organização
Mundial do Comércio). O Brasil
pretende deixar para a OMC as
questões de compras governamentais, propriedade intelectual,
investimentos e a maior parte dos
temas relacionados a serviços.
Depois de seu discurso, Bahadian disse aos jornalistas que "os
EUA são um país subdesenvolvido e desenvolvido ao mesmo
tempo". "Subdesenvolvido quando trata de cítricos para resolver o
problema da economia da Flórida; desenvolvido quando trata de
serviços financeiros", completou.
Para ele, a Alca corre o risco de
fracassar se a agenda de negociação continuar tão ambiciosa
quanto querem os norte-americanos. Bahadian também indicou
que o Brasil pretende fazer propostas mais generosas aos seus
parceiros sul-americanos, como
Equador e Venezuela, do que para
os países mais ricos.
Ele finalizou seu discurso com
uma defesa veemente do secretário-geral do Itamaraty, Samuel Pinheiro Guimarães, conhecido por
suas opiniões radicalmente contrárias à Alca.
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