UOL


São Paulo, quarta-feira, 22 de outubro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Para Allgeier, subsídios devem diminuir

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

"Os EUA não recuaram no que diz respeito à liberalização do comércio agrícola", afirmou ontem o embaixador norte-americano Peter Allgeier. Com a declaração, o co-presidente da Alca pretende rebater críticas do governo brasileiro de que os EUA abandonaram a proposta de redução de subsídios agrícolas na reunião da OMC (Organização Mundial do Comércio) em setembro.
Allgeier disse que o seu país e o Brasil têm o mesmo interesse de eliminar os subsídios agrícolas na negociação multilateral.
Allgeier, no entanto, criticou a atuação do G-X, grupo inicialmente formado por 20 países em desenvolvimento e liderados pelo Brasil para pressionar a União Européia e os Estados Unidos a liberarem mais o comércio nas negociações da OMC em Cancún.
"De repente o grupo ficou muito agressivo e passou a colocar o Sul contra o Norte", disse Allgeier. Ele também afirmou que houve uma mudança nas negociações depois que Lula assumiu o poder.
"O governo anterior estava mais confortável com o modelo da Alca definido na reunião ministerial de Miami e nas seguintes", disse o embaixador.
Allgeier acrescentou que a posição dos Estados Unidos não é isolada. Segundo o embaixador, ela teria o apoio de países do Caribe, do Chile e "até de um país do Mercosul". Allgeier não revelou qual país seria este, mas dos quatro sócios do bloco, o Uruguai é que demonstra maior disposição em negociar com os americanos.
O diplomata disse que "os EUA estão convencidos de que a Alca deve ser mais abrangente". O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o embaixador brasileiro Adhemar Bahadian afirmaram no seminário que os EUA já haviam indicado que não negociariam temas de interesse do Brasil na Alca, como subsídios agrícolas.


Texto Anterior: Brasileiro vê propostas contraditórias
Próximo Texto: Concessões terão custos políticos
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.