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Investimento estrangeiro registra
queda para US$ 646 mi em setembro
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O fluxo de capital externo para
o Brasil registrou forte queda em
setembro, mas apresenta sinais de
melhora neste mês, segundo dados do Banco Central.
O ingresso de investimento estrangeiro direto ficou em US$ 646
milhões no mês passado, enquanto as empresas instaladas no país
renovaram somente 26% das parcelas da dívida externa que venceram no período.
O chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes,
disse ontem que os dados de setembro representam um resultado isolado, pois números parciais
deste mês já mostram uma ligeira
recuperação.
Até ontem, segundo Lopes, o
país havia recebido US$ 1,1 bilhão
em investimentos e 51% das parcelas da dívida haviam sido renovadas.
"Nós já sabíamos que o resultado de setembro não seria tão forte. Mas as sondagens que fazemos
com as empresas já apontavam
intenções muito fortes de investimentos no Brasil", afirmou.
Segundo Lopes, o BC tem mantido contato com várias empresas
multinacionais que já manifestaram planos de investir no país.
Neste ano, o BC estima em US$
17 bilhões o ingresso de investimentos estrangeiros para o Brasil.
Nesse número, estão incluídos
US$ 6,089 bilhões de uma transação referente à fusão da brasileira
AmBev com a belga Interbrew.
Nessa negociação, houve uma
troca de ações entre as empresas
-a parte da Interbrew foi contabilizada como investimento estrangeiro, mas não resultou em
ingresso efetivo de dinheiro, já
que a AmBev enviou o mesmo valor para o exterior.
Lopes disse que, neste mês, o
país deve receber US$ 1,6 bilhão
em investimentos. Isso elevaria
para US$ 14,4 bilhões o ingresso
de capital estrangeiro no país neste ano -US$ 8,3 bilhões, se descontada a operação da AmBev.
Em 2003, a entrada foi de US$
10,144 bilhões.
Para o economista Fernando
Ribeiro, da Sobeet (Sociedade
Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica), o baixo volume de investimentos recebidos
pelo Brasil é reflexo de problemas
enfrentados pela economia brasileira. "Não dá para ser diferente,
com esse crescimento medíocre e
com uma política monetária sem
a menor razão de ser", disse, referindo-se à taxa de juros praticada
no país, que foi elevada pelo BC
anteontem.
Além disso, segundo Ribeiro, a
falta de infra-estrutura -portos
perto de seu limite de capacidade,
estradas em más condições e fornecimento de energia- afastam
as empresas, que acabam preferindo direcionar seus investimentos em outros países emergentes,
como a China e a Rússia.
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