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MERCOSUL
"Situação não é razoável", diz
Furlan eleva tom sobre disputa com Argentina
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) endureceu ontem o tom do discurso na
disputa comercial do Brasil com a
Argentina. "O Brasil não vai abrir
mão do mercado argentino em favor de terceiros, porque todo o argumento que foi construído é que
a indústria argentina precisava ter
um espaço. Se é para abrir mão
para terceiros, não tem jogo."
De acordo com o ministro, o
Brasil poderá adotar medidas semelhantes às da Argentina. Haverá uma reunião para tratar do assunto no início de dezembro.
"Nós podemos usar ferramentas
equivalentes", disse Furlan. Ele,
no entanto, ressaltou que prefere
conversar. "O nosso caminho é
sempre o diálogo", disse.
Furlan disse que a situação atual
entre os dois países não é sustentável. "Não podemos imaginar
que essa situação possa continuar
para sempre. Não é razoável."
Na quarta-feira, a Folha informou que os fabricantes de lavadoras de roupa brasileiros haviam
decidido cortar suas linhas de
produção em razão da medidas
protecionistas da Argentina.
Pelo acordo entre Brasil e Argentina, o Brasil ficava com uma
cota de 50% do mercado de geladeiras, lavadoras de roupa e fogões, e os outros 50% seriam ocupados por fabricantes locais. A
Argentina, no entanto, autorizou
a entrada de geladeiras vindas de
Chile, México, Tailândia, Coréia
do Sul e Estados Unidos.
União Européia
Furlan lamentou o fracasso das
negociações entre Mercosul e
União Européia. "As conversas
iam bem no nível ministerial, mas
empacavam no nível técnico. Foi
perdido um tempo precioso que
não foi possível recuperar."
Segundo ele, no entanto, o Brasil tinha "um plano A e um plano
B" em Lisboa. O "plano A" era fechar o acordo. O plano B era "deixar o tema engatilhado" para a
continuação das negociações. "O
setor privado europeu está engajado, e há um interesse político
nos dois lados, então nós precisamos suar um pouco mais a camisa e chegar a bom termo."
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