São Paulo, sábado, 22 de outubro de 2005

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MERCADO ABERTO

Amcham tenta reduzir a burocracia

A Amcham (Câmara Americana de Comércio) finaliza um anteprojeto de lei para a desburocratização do sistema tributário no Brasil. A intenção é retirar obstáculos simples que prejudicam o andamento dos negócios no país.
Segundo Roberto Pasqualin, coordenador do comitê de legislação da entidade, responsável pelo projeto, as empresas enfrentam dificuldades em procedimentos como a emissão de uma certidão negativa de débito.
"O procedimento seria normal se o sistema da Receita fosse eficiente. Porém, muitas vezes, as empresas já regularizaram o débito, e, no sistema, constam como devedoras."
Segundo ele, há casos de empresas que preferem efetuar o pagamento novamente para poder agilizar a emissão da certidão. Apesar de simples, as certidões negativas são necessárias para as companhias poderem participar de negócios grandes, como licitações públicas.
Outra medida que, segundo o comitê, poderia desburocratizar o sistema tributário seria a unificação da escrituração mercantil. Trata-se dos livros nos quais as empresas precisam relatar suas transações. "Hoje é preciso ter um livro para a esfera municipal, um na estadual e outra na federal. É preciso relatar a mesma coisa para vários órgãos."
O conjunto de propostas da Câmara Americana de Comércio deve ficar pronto até o fim do ano. O material deverá ser entregue ao Ministério da Fazenda ou ao Congresso para ser debatido.
Além do anteprojeto, a entidade já encaminhou um conjunto com cerca de 40 propostas com a finalidade de desburocratização também à Fazenda e à Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo. De acordo com Pasqualin, algumas dessas sugestões já foram postas em prática.
Apesar das críticas, ele reconhece os avanços. O grau de informatização da Receita, diz, é dos mais avançados do mundo.

NOVO MERCADO
Líder no mercado do pré e pós-barba, a Bozzano comemora os resultados após cinco meses no segmento de aparelhos de barbear descartáveis, que movimenta estimados R$ 900 milhões por ano. O último levantamento da AC Nielsen, referente a julho e agosto, colocou a marca em terceiro lugar nesse mercado - com 2,3% de participação-, posto que previa alcançar só em dezembro. "O projeto levou um ano, e realizamos uma série de pesquisas com consumidores", diz Gustavo Hildenbrand, diretor da Revlon no Brasil, que detém a marca Bozzano. Em SP, principal mercado do país, o desempenho foi ainda melhor, com 5% de "market share". Apesar do resultado, a empresa não quer descuidar do segmento de espumas, cremes e loções, que movimenta R$ 100 milhões por ano e no qual tem 50% do mercado em vendas: ela aposta na segmentação e lança neste mês uma linha específica para quem tem acne.

VISITA ASIÁTICA
O World Trade Center São Paulo recebe na próxima terça um grupo de 12 empresários sul-coreanos para 40 encontros com lideranças brasileiras. O evento, em parceria com o World Trade Center Suwon, tem como objetivo fomentar negócios entre os dois países, em vários setores de atividade, desde em tecnologia de vídeo digital até em suinocultura. No lado brasileiro estarão empresas como Visanet, TS Shara e Videodata. Entre os sul-coreanos, Geosong System, Newell e InterHeat, entre outras.

SEM FIO
O setor de módulos integrados para comunicação sem fio da Motorola cresceu 150% neste ano. Esses equipamentos são usados em aplicações como telemática (sistemas de rastreamento e localização de veículos) e telemetria (monitoramento à distância de sistemas industriais). A previsão para 2006 é manter o ritmo de expansão. Entre os contratos mais recentes firmados pela empresa está um acordo com a desenvolvedora Quanta Tecnologia para o fornecimento de 10 mil módulos GSM.

NO PASSO CERTO
Um grupo de criadores de cavalos decidiu apostar na recuperação das características originais da raça manga-larga. Segundo Paulo Almeida, coordenador do projeto "Raízes Manga-Larga", desde a década de 70 esses cavalos têm perdido suas características, "como a passada, o temperamento e a rusticidade". "Nós achamos que o cavalo deve ter uma função. Passaram a valorizar o manga-larga só pela estética, para exposições. Mas ele é ideal para os trabalhos nas fazendas." O grupo, com 30 criadores, saiu a campo para localizar os animais que ainda tinham essas peculiaridades. Hoje já são cerca de cem os animais no projeto, que tem o apoio da USP, da Ufla (Lavras) e da Unesp. Um manga-larga pode valer até R$ 200 mil.


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