São Paulo, sábado, 22 de outubro de 2005

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PECUÁRIA

Bovinos que estiveram em evento agropecuário no Paraná estão em quarentena devido a contato com outros de MS

Defesa sanitária confina 635 animais de feira

DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

A defesa sanitária do governo do Paraná mantém em Toledo (537 km a oeste de Curitiba) 635 animais de uma feira agropecuária confinados em quarentena, desde o dia 14, à espera de confirmação de que eles não tem o vírus da febre aftosa.
A interdição foi adotada porque há cinco animais provenientes de Mato Grosso do Sul, Estado onde houve o surto da doença.
O secretário da Agricultura do Paraná, Orlando Pessuti, disse ontem que o procedimento sanitário de Toledo foi eficaz, em comparação à Eurozebu, de Londrina, em razão de o governo ter recebido há tempo a notícia do surto de Mato Grosso do Sul.
""A feira de Toledo foi do dia 4 ao 12 deste mês. Como recebemos a informação oficial do Ministério da Agricultura na manhã do dia 10, pudemos determinar a quarentena", afirmou. De acordo com ele, não há, até o momento, nenhum indício de que a aftosa possa ter acometido algum dos animais confirmados.
""Mas eles continuarão confinados até termos absoluta segurança", afirmou. Animal que apresenta qualquer problema é logo submetido a exames, afirmou o secretário.
Os técnicos da defesa sanitária coletaram amostras de sangue de parte do rebanho à procura do vírus da aftosa.

Outros animais
A quarentena atinge, além de bovinos, cavalos, porcos e ovelhas levados para a exposição. Eles permanecem no Centro de Eventos Ismael Sperafico com custos bancados por seus criadores. ""Não podemos nos arriscar ainda mais", disse Pessuti.
Os criadores que participaram da Expo Toledo apresentaram guia de trânsito animal, o que, em tese, confirma que os animais expostos passaram por vacinação contra a aftosa.
A quarentena é um procedimento recomendado pelo Ministério da Agricultura e também pela OIE (Organização Mundial para a Saúde Animal), que tem sede em Paris.
O confinamento dos animais era motivo de protestos até ontem de criadores, sob o argumento de que não existiam indícios de que a doença havia chegado ao Paraná ou à exposição.
Ontem, a Folha procurou a direção da Sociedade Rural de Toledo para que se pronunciasse sobre a suspeita do foco de aftosa em quatro cidades do Paraná, mas não conseguiu contato.
Na terça-feira, o governador Roberto Requião (PMDB) disse que rejeitava uma verba de R$ 1,5 milhão do Mapa, como ajuda de emergência para aplicar em medidas de combate à aftosa.
Ele disse que o valor era ""uma migalha", que doaria a MS para ajudar a melhorar o recurso destinado ao Estado vizinho. O Paraná estima gastar do seu próprio Tesouro R$ 6 milhões com a vacinação de seu rebanho.
(MARI TORTATO)


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