São Paulo, quarta-feira, 22 de outubro de 2008

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Bovespa não sustenta alta, segue EUA e cai 1%

Petrobras e siderúrgicas recuam e arrastam a Bolsa

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Como tem se repetido nesta crise, após um pregão de forte valorização, a Bovespa fechou no vermelho no dia seguinte. Ontem a Bolsa de Valores de São Paulo encerrou suas operações com baixa de 1,01% -na segunda, havia subido 8,36%.
O dia de perdas nos EUA, onde resultados corporativos não agradaram, também refletiu negativamente no desempenho do mercado local. O índice Dow Jones registrou recuo de 2,50%, e a Bolsa eletrônica Nasdaq perdeu 4,14%.
A alternância entre os terrenos negativo e positivo foi constante na Bovespa, que subiu 1,37%, na máxima do dia, e caiu 3,44%, em seu momento mais fraco. No fechamento, marcava 39.043 pontos, o que representa uma queda acumulada de 21,19% no mês.
Mesmo após todas as medidas de socorro tomadas pelos principais bancos centrais do mundo, o mercado financeiro internacional ainda vive sob intensa instabilidade.
Com a agenda fraca no que se refere à divulgação de indicadores econômicos, os investidores colocaram os balanços das empresas em primeiro plano. E, com a piora apresentada nos resultados trimestrais, como foram os casos da fabricante de produtos químicos DuPont e da gestora de recursos BlackRock, o mercado acionário não encontrou motivos para escapar das baixas.
No mercado europeu, em que as Bolsas subiram durante boa parte do pregão, desempenhos corporativos negativos arrefeceram os ânimos. O resultado foram as baixas registradas nas Bolsas de Londres (-1,24%) e de Frankfurt (-1,05%).
No Brasil, não houve balanços de grandes companhias ontem, e o mercado ficou atrelado às oscilações dos ativos internacionais. Para a segunda-feira, é aguardada a divulgação do balanço do terceiro trimestre do Bradesco. O mercado espera com ansiedade para conhecer os números das grandes instituições financeiras nacionais e ver o quanto a crise as afetou.
De qualquer forma, a instabilidade segue dando as cartas no mercado. Na avaliação de Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da Gradual Corretora, "qualquer diagnóstico sobre o atual estágio da crise financeira é provisório. Afinal, de novidades esse episódio inteiro está cheio e não se cansam de frustrar os cenários e prognósticos econômicos".
A queda dos papéis das companhias dependentes das oscilações das commodities no exterior foi decisiva para a Bolsa paulista fechar no vermelho.
O petróleo, que encerrou com baixa de 4,53%, cotado a US$ 70,89 em Nova York, influenciou o resultado das ações da Petrobras, que terminaram em queda de 1,53% (preferenciais) e 0,97% (ordinárias).
Dentre as siderúrgicas, houve baixas ainda mais fortes, como as registradas por CSN ON (-5,81%), Gerdau PN (-2,53%) e Usiminas PNA (-1,26%).
Já os papéis da Vale evitaram que a Bolsa caísse mais fortemente. Movidas por rumores de que poderia vir a fazer oferta para adquirir a mineradora Xstrata, as ações da Vale subiram 1,14% (PNA) e 1,01% (ON).
As altas mais fortes do pregão ficaram com papéis de empresas ligadas ao desempenho da economia interna. No setor imobiliário, os destaques ficaram com Rossi Residencial, cujo papel ON subiu 11,94%, e Gafisa ON, que ganhou 7,41% -o setor de crédito imobiliário vai ser ajudado pelo governo. Outras ações que subiram forte foram as do frigorífico JBS (10,38%) e as da Gol (5,59%).


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