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Bovespa não sustenta alta, segue EUA e cai 1%
Petrobras e siderúrgicas recuam e arrastam a Bolsa
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Como tem se repetido nesta
crise, após um pregão de forte
valorização, a Bovespa fechou
no vermelho no dia seguinte.
Ontem a Bolsa de Valores de
São Paulo encerrou suas operações com baixa de 1,01% -na
segunda, havia subido 8,36%.
O dia de perdas nos EUA, onde resultados corporativos não
agradaram, também refletiu
negativamente no desempenho do mercado local. O índice
Dow Jones registrou recuo de
2,50%, e a Bolsa eletrônica
Nasdaq perdeu 4,14%.
A alternância entre os terrenos negativo e positivo foi
constante na Bovespa, que subiu 1,37%, na máxima do dia, e
caiu 3,44%, em seu momento
mais fraco. No fechamento,
marcava 39.043 pontos, o que
representa uma queda acumulada de 21,19% no mês.
Mesmo após todas as medidas de socorro tomadas pelos
principais bancos centrais do
mundo, o mercado financeiro
internacional ainda vive sob intensa instabilidade.
Com a agenda fraca no que se
refere à divulgação de indicadores econômicos, os investidores colocaram os balanços
das empresas em primeiro plano. E, com a piora apresentada
nos resultados trimestrais, como foram os casos da fabricante de produtos químicos DuPont e da gestora de recursos
BlackRock, o mercado acionário não encontrou motivos para
escapar das baixas.
No mercado europeu, em que
as Bolsas subiram durante boa
parte do pregão, desempenhos
corporativos negativos arrefeceram os ânimos. O resultado
foram as baixas registradas nas
Bolsas de Londres (-1,24%) e de
Frankfurt (-1,05%).
No Brasil, não houve balanços de grandes companhias ontem, e o mercado ficou atrelado
às oscilações dos ativos internacionais. Para a segunda-feira, é aguardada a divulgação do
balanço do terceiro trimestre
do Bradesco. O mercado espera
com ansiedade para conhecer
os números das grandes instituições financeiras nacionais e
ver o quanto a crise as afetou.
De qualquer forma, a instabilidade segue dando as cartas no
mercado. Na avaliação de Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da Gradual Corretora,
"qualquer diagnóstico sobre o
atual estágio da crise financeira
é provisório. Afinal, de novidades esse episódio inteiro está
cheio e não se cansam de frustrar os cenários e prognósticos
econômicos".
A queda dos papéis das companhias dependentes das oscilações das commodities no exterior foi decisiva para a Bolsa
paulista fechar no vermelho.
O petróleo, que encerrou
com baixa de 4,53%, cotado a
US$ 70,89 em Nova York, influenciou o resultado das ações
da Petrobras, que terminaram
em queda de 1,53% (preferenciais) e 0,97% (ordinárias).
Dentre as siderúrgicas, houve baixas ainda mais fortes, como as registradas por CSN ON
(-5,81%), Gerdau PN (-2,53%) e
Usiminas PNA (-1,26%).
Já os papéis da Vale evitaram
que a Bolsa caísse mais fortemente. Movidas por rumores
de que poderia vir a fazer oferta
para adquirir a mineradora
Xstrata, as ações da Vale subiram 1,14% (PNA) e 1,01% (ON).
As altas mais fortes do pregão
ficaram com papéis de empresas ligadas ao desempenho da
economia interna. No setor
imobiliário, os destaques ficaram com Rossi Residencial, cujo papel ON subiu 11,94%, e Gafisa ON, que ganhou 7,41% -o
setor de crédito imobiliário vai
ser ajudado pelo governo. Outras ações que subiram forte foram as do frigorífico JBS
(10,38%) e as da Gol (5,59%).
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