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Brinquedos e têxteis terão
mais ajuda fiscal na China
Restituição tarifária na exportação sobe para 14%
RAUL JUSTE LORES
DE PEQUIM
A China anunciou ontem um
pacote de medidas contra a desaceleração econômica, como o
aumento da restituição tarifária para exportadores de brinquedos e têxteis, investimentos
pesados em infra-estrutura e
aumento dos preços dos grãos.
O país quer aumentar o poder aquisitivo dos agricultores
-55% da população- para que
a demanda interna compense a
queda nas exportações.
O pacote chega um dia depois
da divulgação do crescimento
de 9% do PIB chinês no último
trimestre em comparação com
o ano passado. É o pior número
desde 2003.
A restituição do equivalente
chinês ao ICMS a produtos de
exportação subiu para 14% (era
13%). Em 2007, o governo tinha reduzido a restituição para
11%, o que diminuiu o lucro dos
exportadores. A reversão da
tendência de reduzir o benefício fiscal, com a oferta de maior
restituição, mostra a preocupação do governo com um setor
que perdeu competitividade
nos últimos anos, com aumento de salários, dos preços de
matérias-primas e a valorização da moeda chinesa, o yuan.
Protestos e demissões
Até a semana passada, o discurso oficial era o "tudo sob
controle". A China seria pouco
afetada pela crise global e o fechamento de fábricas de produtos baratos seria bem-vindo,
pois são poluidores, pagam salários baixos e agregam pouco
valor.
Mas a perspectiva de que talvez 2,5 milhões de funcionários
das linhas de montagem percam seus empregos até janeiro,
como prevê a Federação de Indústrias de Hong Kong, mudou
a atitude governamental.
Protestos envolvendo milhares de funcionários demitidos
em fábricas de brinquedos cercaram a sede do governo da
Província de Guangdong, em
Guangzhou.
"Se não tomarmos medidas
apropriadas, as exportações
podem cair mais ainda e os exportadores poderão enfrentar
mais dificuldades, o que terá
um impacto maior na economia chinesa", diz nota do Ministério das Finanças.
O setor exportador representa 12% do PIB chinês. Apenas
em 2008, cerca de 10 mil fábricas fecharam por conta dos
problemas domésticos e da
queda na demanda dos principais mercados chineses, a
União Européia e os Estados
Unidos.
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