São Paulo, quinta-feira, 22 de outubro de 2009

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Entrada de dólares se acelera em outubro

Só até o dia 16, fluxo estava positivo em US$ 10,5 bi, turbinado por oferta de ações do Santader e captações de empresas

Mesmo descontando essas operações, entrada de capital externo antes de taxação alcançava patamares recordes

EDUARDO CUCOLO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A economia brasileira registrou a quarta maior entrada de dólares dos últimos 27 anos nas semanas que antecederam a decisão do governo de taxar os investimentos estrangeiros em renda fixa e Bolsa de Valores.
Segundo o Banco Central, o Brasil recebeu US$ 10,5 bilhões entre os dias 1º e 16 deste mês -diferença entre o dinheiro que entrou e saiu do país.
A maior parte se deve ao lançamento de ações do Santander no Brasil, que atraiu mais de US$ 4 bilhões do exterior, e de outras captações feitas por empresas brasileiras no mercado externo. Mesmo descontadas essas operações, o resultado está acima da média de quase US$ 2 bilhões por mês registrada desde abril, quando o fluxo para o país voltou a ficar positivo. Para analistas do mercado, isso mostra que alguns investidores podem ter se antecipado à decisão do governo.
O ingresso de dólares contribuiu para a alta do real diante do dólar, que, apesar das ações do governo, voltou ontem a cair 1,14%, para R$ 1,725.
O resultado parcial de outubro é também o maior fluxo mensal de recursos para o país desde julho de 2007, quando o saldo cambial ficou positivo em US$ 11,6 bilhões. Há dois anos, quando a entrada de capital estrangeiro bateu vários recordes, esses investimentos haviam acabado de ganhar isenção de Imposto de Renda.
O aumento no fluxo de dólares foi o argumento usado pelo governo para taxar as operações de estrangeiros com ações e títulos, que começaram a pagar 2% de IOF desde terça-feira. Antes da medida, esperava-se que novas ofertas de ações podiam trazer mais US$ 20 bilhões ao país até o fim do ano.


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