São Paulo, quinta-feira, 22 de outubro de 2009

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China cresce à base de esteroides, diz analista

Problema é "desmamar" a economia do apoio estatal

DA BLOOMBERG

A farra do crédito na China, estimulada pelos incentivos, provavelmente ajudou o crescimento econômico no terceiro trimestre para o ritmo mais acelerado em um ano.
Agora, os responsáveis pelas políticas públicas têm de descobrir como "desmamar" a economia do apoio do Estado.
A revitalização do país teve como força motriz 4 trilhões de iuans (US$ 586 bilhões) de gastos em ferrovias, rodovias, usinas de energia elétrica e habitação pública. O programa termina no ano que vem, o que obrigará o primeiro-ministro Wen Jiabao a encontrar novas formas de sustentar a expansão com aumento nos gastos do consumidor e no crédito para as pequenas empresas.
"Esse foi um crescimento à base de esteroides", disse Michael Pettis, professor de finanças da Universidade de Pequim. "A questão agora é como parar de injetar tanto dinheiro no sistema sem reduzir acentuadamente o crescimento econômico", disse Pettis.
O apoio do Estado vai corresponder a mais de 80% do crescimento econômico da China neste ano, segundo o Banco Mundial. Isso desencadeou recordes na produção de minério de ferro do Rio Tinto Group e nas vendas de carros da Volkswagen AG na China.
Não será fácil sair do incentivo sem assustar os investidores: uma queda acentuada no crescimento do crédito em julho derrubou o Índice Composto de Xangai em mais de 20% em agosto.
Prorrogar o estímulo por um período longo demais representa o perigo de desviar recursos para ações e imóveis, desgastar a qualidade dos ativos bancários e aumentar as pressões inflacionárias, disse o Banco de Desenvolvimento da Ásia, em relatório de setembro.
O gabinete chinês disse ontem que vai continuar com as medidas de incentivo monetário e fiscal, mesmo depois de o desempenho econômico ter superado as expectativas para os nove primeiros meses do ano.


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