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Petrobras atrai US$ 110 mi de fornecedor italiano
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Para desenvolver o pré-sal, a
Petrobras está numa ofensiva
para atrair fornecedores de
equipamentos para o Brasil e
anunciou ontem que a italiana
Prysmian investirá US$ 110 milhões para produzir no país tubos flexíveis para produção
submarina de petróleo e gás.
Em troca, a estatal assegurou
a compra dos equipamentos da
companhia por quatro anos.
Com isso, convenceu a empresa italiana a entrar nesse novo
segmento e produzir os tubos
em fábrica no Espírito Santo.
A unidade receberá uma nova linha de produção, cuja inauguração está prevista para novembro. A iniciativa representa
uma diversificação para a firma
italiana, focada em fibras óticas
e cabos de energia -produtos
usados pela Petrobras para fornecer dados de equipamentos
submarinos às plataformas.
Esse é o primeiro grande investimento que a estatal consegue trazer para o país. Mas cada
vez mais a Petrobras se lança
como instrumento de política
industrial do governo e negocia
contrapartidas em sua estratégia de compras.
Segundo o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, o
objetivo da companhia é ampliar as compras no país e fomentar a cadeia de fornecedores. Para tal, criou recentemente metas de conteúdo local para
cada tipo de "famílias de equipamentos". Antes, a meta era
global por projeto de uma plataforma ou sonda de perfuração, por exemplo.
Gabrielli disse que existem
segmentos de produtos que
não têm escala e continuarão a
ser importados. Mas em outros
ramos há a possibilidade de estimular a instalação de empresas no país.
O executivo declarou que a
escala de encomendas da Petrobras à indústria "offshore"
(de produção e prospeção de
óleo em alto-mar) não tem precedentes no mundo.
Citou a licitação para a construção de 28 sondas de perfuração no Brasil até 2018. Para garantir equipamentos para o
pré-sal, a estatal arrendou dois
estaleiros desativados.
Por isso, argumenta, é importante investir na cadeia de
suprimentos e trazer empresas. O objetivo, diz, é evitar a
chamada "maldição do petróleo" -valorização da moeda local em razão da enxurrada de
dólares trazidos pelo petróleo,
que sacrifica a exportação de
demais setores.
De 2003 a 2009 (dado do primeiro semestre), a Petrobras
ampliou o conteúdo local de
suas encomendas de 57% para
75% -US$ 14,2 bilhões a mais
em pedidos à indústria nacional. Tal prática, diz, pode ser replicada "por qualquer grande
empresa brasileira".
Indagado se a política de
compras no Brasil serve para a
Vale, Gabrielli respondeu: "Vale para qualquer empresa, estatal ou não". A mineradora é alvo
de críticas do presidente Lula.
Sobre o anúncio do IOF para
controle de capitais, Gabrielli
disse que a cobrança da alíquota de 2% de investidores estrangeiros em nada afeta a
companhia nem os planos de
capitalizar a empresa.
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