São Paulo, segunda-feira, 22 de novembro de 2004

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FRONTEIRA

Sacoleiros põem fogo em 5 ônibus em Foz do Iguaçu

JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA

Cinco ônibus que estavam retidos em um posto de fiscalização da Receita Federal foram queimados na noite de anteontem por sacoleiros. A ação mostra uma nova tática dos sacoleiros para fugir da fiscalização da Receita.
Para escapar do cerco, os sacoleiros formaram um comboio de 280 ônibus que deixaram Foz do Iguaçu no início da noite de sábado. Em Medianeira, no posto de fiscalização Bom Jesus, da Receita Federal, o comboio foi parado, e a Receita selecionou 20 ônibus para serem fiscalizados.
Os sacoleiros, em número maior que o efetivo da Polícia Rodoviária Federal, resolveram impedir a fiscalização. Depois de bloquear a rodovia BR-277, eles decidiram queimar cinco ônibus que estavam estacionados no posto de fiscalização. Os ônibus haviam sido apreendidos em operações anteriores da Receita.
Com o tumulto provocado pelo incêndio, o comboio de 280 ônibus seguiu em frente sem qualquer fiscalização. A ação mostra um recrudescimento na disputa entre sacoleiros -que trazem mercadorias contrabandeadas do Paraguai- e a Receita Federal.
A ação dos sacoleiros aconteceu depois de um bloqueio, por comerciantes e políticos paraguaios, da ponte da Amizade, que liga Foz do Iguaçu a Ciudad del Este, durante toda a semana passada.
O bloqueio, apoiado pelos sacoleiros brasileiros, era um protesto dos paraguaios contra a Operação Cataratas, que já apreendeu, em uma semana, R$ 5 milhões em mercadorias contrabandeadas.
O delegado da Receita Federal em Foz do Iguaçu, José Carlos de Araújo, estima que, diariamente, US$ 5 milhões em mercadorias entrem ilegalmente no país pela ponte da Amizade.
Os paraguaios querem que o governo brasileiro aumente a cota de US$ 150 para ingresso de mercadorias sem fiscalização, para US$ 500.


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