|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SALDO BANCÁRIO
Acordo Unibanco-Nacional depende de acerto com o BC
SHEILA D'AMORIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Para que o acordo entre as
famílias controladoras do
Nacional (Magalhães Pinto)
e do Unibanco (Moreira Salles) seja bem-sucedido e ponha um ponto final na liquidação do antigo banco Nacional, será preciso que o
Banco Central assuma que
parte do empréstimo feito
pelo governo na época da intervenção para a instituição
já foi quitada.
Pelo acerto assinado no final de julho, as famílias criarão uma sociedade que será
capitalizada com cerca de R$
160 milhões do Unibanco.
Além disso, os Moreira Salles
assumirão uma dívida de R$
16 milhões dos Magalhães
Pinto com os advogados que
cuidaram do caso até agora,
já que a família está com seus
bens bloqueados.
Em contrapartida, os controladores do Nacional entregarão à nova empresa os
cerca de 55% em ações que
detêm da massa falida do
banco. Hoje, isso vale zero
porque o banco está em liquidação extrajudicial.
Dinheiro suficiente
No entanto, com o encerramento desse processo, depois que pagar a sua maior
dívida -o empréstimo feito
pelo BC no âmbito do Proer
(o programa de socorro a
bancos em dificuldade de
caixa)-, o Nacional ainda
poderia ficar com parte do
crédito do FCVS (fundo criado para cobrir saldos remanescentes de financiamentos habitacionais antigos) e
os créditos tributários.
Isso, nos cálculos dos dois
envolvidos no processo, renderia dinheiro suficiente para quitar os cerca de R$ 3 bilhões em dívidas que sobrariam para ser administrados
no processo de liquidação ordinária.
Garantias liberadas
O problema é que essa
equação só fecha se o BC admitir que os R$ 5 bilhões que
foram pagos pelo liquidante
do Nacional nos últimos
anos quitaram parte do empréstimo do Proer.
Nesse caso, a autoridade
monetária teria que liberar
para a massa falida as garantias equivalentes a esses pagamentos, ou seja, parte do
crédito junto ao FCVS. E o
governo não quer nem ouvir
falar nisso.
Por isso, a nova proposta
de encerramento da liquidação, que as duas famílias preparam para apresentar ao
BC, deverá demorar alguns
meses. Até lá, espera-se uma
decisão da Justiça a respeito.
Texto Anterior: Empresa tem sua 5ª sucessão em 105 anos Próximo Texto: Petróleo: Produção da Petrobras deve crescer 5,3% no próximo ano Índice
|