|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Costa quer limitar estrangeiro na TV paga
Ministro diz que autorização de novos serviços via satélite será suspensa e defende que empresas tenham controle nacional
Decisão favorece emissoras de TV brasileiras e prejudica planos da Telefônica; governo estuda uma lei específica para a questão
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB-MG),
anunciou ontem que novas autorizações para prestação de
serviço de TV por assinatura
via satélite (DTH, Direct to Home) serão suspensas. Costa disse que o governo irá analisar a
possibilidade de criar uma legislação específica para o serviço. Ele defendeu que haja restrição ampla à participação de
empresas de capital estrangeiro no controle de empresas que
atuem nesse segmento. Hoje,
só há restrição para oferecer o
serviço por meio de cabo.
O anúncio foi feito no mesmo
dia em que a Telefônica (multinacional de capital espanhol)
publicou comunicado em jornais de grande circulação ratificando sua intenção de operar
TV por assinatura com a tecnologia DTH. A autorização já foi
pedida à Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações),
que ainda não se pronunciou. A
empresa não comentou as declarações de Costa ontem.
Segundo o ministro, será
criado um grupo de trabalho
para tratar da nova legislação,
com prazo de 60 dias para concluir seus trabalhos. "Enquanto o grupo estiver para apresentar a proposta, você paralisa toda e qualquer ação com respeito a DTH", disse Costa. Questionado a respeito do pedido da
Telefônica, respondeu: "Vai ter
que esperar. Não pode você autorizar o que não tem lei".
"A idéia é que não pode simplesmente você chegar à Anatel, ter uma licença e botar uma
imagem no ar. País nenhum
aceita isso. Tente fazer isso nos
EUA, tente fazer isso com a
Globo nos EUA", disse Costa,
que foi repórter da emissora e,
desde que assumiu o ministério, tem assumido publicamente uma defesa aberta dos interesses dos radiodifusores. A
participação das gigantes da telefonia no mercado de TV por
assinatura contraria o interesse de empresas de radiodifusão.
Em seu comunicado, a Telefônica informou que a entrada
no setor "é um movimento positivo para a sociedade" pelo
"incremento da concorrência".
O texto dizia que a autorização
para o serviço via satélite "deverá ser dada em breve".
Questionado sobre a parceria
da Telefônica com a empresa
Interactive Telecomunicações
(de TV via satélite) para fornecimento de pacotes que combinam telefone fixo, internet rápida (Speedy) e TV paga, Costa
disse: "Espero que entendam
direitinho nossa posição. Não
fizeram nenhum contato neste
ministério, não fizeram nenhuma justificativa", disse o ministro.
Texto Anterior: Licença: Anac admite ter aberto exceção que beneficiou a Nova Varig Próximo Texto: Senador arquiva projeto que permitia a estrangeiro controlar TV a cabo no país Índice
|