São Paulo, quinta-feira, 22 de novembro de 2007

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Crise imobiliária se reflete na AL e confiança na economia da região cai

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

A América Latina não ficou inume à crise do mercado imobiliário norte-americano, e o índice de clima econômico da região caiu de 5,9 pontos em julho para 5,6 pontos em agosto, segundo sondagem do instituto alemão IFO, ligado à Universidade de Munique e à FGV (Fundação Getulio Vargas).
A boa notícia é que a região foi menos afetada pela turbulência dos mercados internacionais do que as outras, especialmente Europa e Estados Unidos, revela a pesquisa realizada com mais de 1.000 especialistas em todo o mundo.
"A situação na América Latina já foi mais favorável. Embora a avaliação sobre a situação atual da economia tenha se mantido inalterada, houve uma piora quanto às expectativas sobre o futuro da economia. Nos Estados Unidos e na Europa, no entanto, as expectativas tiveram uma deterioração mais evidente", disse Aloísio Campelo, coordenador de Análises Econômicas da FGV.
A sondagem de outubro revelou ainda que o crescimento econômico na América Latina ficará em 4,1%, em média, nos próximos três ou cinco anos. No mesmo mês de 2006, a expansão prevista era de 4%.
O crescimento econômico da região manteve o padrão histórico de ser o mais baixo dentre as áreas que concentram países emergentes. A Rússia e as ex-repúblicas soviéticas (Ucrânia, Cazaquistão etc) devem crescer 6%, embaladas pelo petróleo. No Oriente Médio, a taxa deve ficar em 4,9%.
Na média, a economia mundial deve crescer 3,3% no período de até cinco anos. Para a Europa Ocidental, zona de menor crescimento previsto, a expectativa é de 2,2%.

Menos vulnerável
Apesar da piora no índice, a América Latina está menos vulnerável às crises e sua avaliação não sofreu tanto como a de outras regiões, diz Campelo.
Citando o Brasil, o coordenador da FGV afirma que aumentaram as reservas do país, a vulnerabilidade externa é menor com a geração de superávit em conta corrente e o crescimento está calcado no mercado interno de consumo.


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