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Para Paulson, calote de hipotecas deve crescer em 2008
DA REDAÇÃO
O secretário do Tesouro
americano, Henry Paulson,
afirmou que deve ser maior o
número de calotes de hipotecas
imobiliárias nos EUA em 2008
do que neste ano. Segundo ele,
isso deve ocorrer porque esses
contratos foram feitos com menos garantias que os anteriores.
O mercado de crédito imobiliário é uma das principais
preocupações em relação à economia americana, e a crise no
setor de "subprime" (de alto
risco) afetou as principais Bolsas mundiais em julho e agosto.
As declarações de Paulson,
feitas em entrevista ao "Wall
Street Journal", aumentaram
as preocupações com a economia americana e ajudaram a
derrubar os mercados ontem.
A alta do petróleo, os temores
em relação aos bancos e o cenário de menor crescimento no
ano que vem apresentado anteontem pelo Fed (o BC dos
EUA) também elevaram o temor de desaceleração da principal economia mundial.
O barril do petróleo chegou
ontem a ficar a menos de US$ 1
da barreira dos US$ 100, mas
recuou durante o dia e terminou valendo US$ 97,29 em Nova York, uma queda de 0,75%
ante o dia anterior. Em Londres, ele se desvalorizou em
0,68% e encerrou o pregão cotado a US$ 94,84.
Nos últimos dois meses, o
produto subiu quase US$ 20 e
essa elevação se traduz em alta
nos preços dos combustíveis, o
que ameaça os gastos dos consumidores, um dos principais
motores da economia dos EUA.
A alta na cotação do petróleo
-e suas conseqüências- se encaixa no cenário de menor crescimento econômico e alta no
desemprego em 2008 nos EUA,
segundo a previsão do Fed.
"Durante as próximas semanas, veremos esses preços [do
petróleo] atingindo os consumidores americanos, em um
momento que enfrentamos outros problemas econômicos sérios", afirmou Daniel Yergin,
do Cambridge Energy Research Associates, ao "Financial Times".
Além disso, aumentaram os
temores de que mais más notícias sobre os bancos possam ser
anunciadas hoje, quando os
mercados americanos estão fechados devido ao feriado de
Ação de Graças. Analistas dizem que os investidores estão
cada vez mais preocupados que
os problemas nas instituições
financeiras possam levar a uma
recessão a economia dos EUA.
"Está ficando pior", afirmou
ao "New York Times" Stephen
Jen, do Morgan Stanley. "Na
realidade, nós sabemos que as
coisas ficando piores, e as expectativas em relação à economia dos EUA e aos mercados de
crédito estão sendo revisadas
para baixo."
Depois dos grande bancos
americanos, ontem foi a vez do
Mitsubishi UFJ, a maior instituição financeira japonesa,
anunciar que seu lucro caiu
49% no semestre encerrado em
30 de setembro por perdas relacionadas a investimentos no
setor de crédito "subprime" e
com a sua unidade de cartão de
crédito.
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