São Paulo, quinta-feira, 22 de novembro de 2007

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Para Paulson, calote de hipotecas deve crescer em 2008

DA REDAÇÃO

O secretário do Tesouro americano, Henry Paulson, afirmou que deve ser maior o número de calotes de hipotecas imobiliárias nos EUA em 2008 do que neste ano. Segundo ele, isso deve ocorrer porque esses contratos foram feitos com menos garantias que os anteriores.
O mercado de crédito imobiliário é uma das principais preocupações em relação à economia americana, e a crise no setor de "subprime" (de alto risco) afetou as principais Bolsas mundiais em julho e agosto.
As declarações de Paulson, feitas em entrevista ao "Wall Street Journal", aumentaram as preocupações com a economia americana e ajudaram a derrubar os mercados ontem.
A alta do petróleo, os temores em relação aos bancos e o cenário de menor crescimento no ano que vem apresentado anteontem pelo Fed (o BC dos EUA) também elevaram o temor de desaceleração da principal economia mundial.
O barril do petróleo chegou ontem a ficar a menos de US$ 1 da barreira dos US$ 100, mas recuou durante o dia e terminou valendo US$ 97,29 em Nova York, uma queda de 0,75% ante o dia anterior. Em Londres, ele se desvalorizou em 0,68% e encerrou o pregão cotado a US$ 94,84.
Nos últimos dois meses, o produto subiu quase US$ 20 e essa elevação se traduz em alta nos preços dos combustíveis, o que ameaça os gastos dos consumidores, um dos principais motores da economia dos EUA.
A alta na cotação do petróleo -e suas conseqüências- se encaixa no cenário de menor crescimento econômico e alta no desemprego em 2008 nos EUA, segundo a previsão do Fed.
"Durante as próximas semanas, veremos esses preços [do petróleo] atingindo os consumidores americanos, em um momento que enfrentamos outros problemas econômicos sérios", afirmou Daniel Yergin, do Cambridge Energy Research Associates, ao "Financial Times".
Além disso, aumentaram os temores de que mais más notícias sobre os bancos possam ser anunciadas hoje, quando os mercados americanos estão fechados devido ao feriado de Ação de Graças. Analistas dizem que os investidores estão cada vez mais preocupados que os problemas nas instituições financeiras possam levar a uma recessão a economia dos EUA.
"Está ficando pior", afirmou ao "New York Times" Stephen Jen, do Morgan Stanley. "Na realidade, nós sabemos que as coisas ficando piores, e as expectativas em relação à economia dos EUA e aos mercados de crédito estão sendo revisadas para baixo."
Depois dos grande bancos americanos, ontem foi a vez do Mitsubishi UFJ, a maior instituição financeira japonesa, anunciar que seu lucro caiu 49% no semestre encerrado em 30 de setembro por perdas relacionadas a investimentos no setor de crédito "subprime" e com a sua unidade de cartão de crédito.


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