São Paulo, sábado, 22 de novembro de 2008

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Bolsa perde 6,5% com queda da ação da Petrobras

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Com as ações da Petrobras em forte queda, a Bolsa de Valores de São Paulo retornou do feriado em rota contrária à vivida pelo mercado norte-americano ontem. A Bovespa encerrou o último pregão da semana com desvalorização de 6,45%, aos 31.250 pontos.
O mercado de câmbio também teve um dia negativo, com o dólar saltando para R$ 2,458 (alta de 2,85%).
Em Wall Street, o índice Dow Jones subiu 6,54% -havia caído 5,56% na quinta-feira.
O petróleo seguiu ladeira abaixo na semana e foi vendido ontem na faixa dos US$ 49 em Nova York. Em julho, o barril do produto alcançou os US$ 147, nível que levou analistas a projetarem um futuro mais promissor para a Petrobras.
No pregão de ontem, as ações ordinárias da Petrobras despencaram 9,37%; os papéis preferenciais terminaram o dia com perdas de 8,70%.
Esse resultado é bastante incômodo para os trabalhadores que têm parte de seu FGTS aplicado nas ações da Petrobras. Os papéis ordinários da estatal, que estão nos fundos FGTS/Petrobras, registram depreciação de 61,3% em 2008.
A companhia anunciou ontem novas descobertas de petróleo em reservatórios do pré-sal do Espírito Santo, mas a notícia pouco afetou as ações.
Na semana, os papéis da estatal estiveram entre as maiores baixas registradas no índice Ibovespa, com recuos de 18,64% (PN) e 19,48% (ON).
O Ibovespa (que reúne as 66 ações mais negociadas) encerrou a semana com perdas de 12,68%. Foram 52 baixas e apenas 14 altas entre os papéis do Ibovespa na semana.
Outros papéis de peso no Ibovespa tiveram quedas elevadas no pregão de ontem: Bradesco PN se desvalorizou em 9,64%; Vale ON recuou 8,80%; Itaú PN caiu 7,97%; e BM&FBovespa ON, 7,81%.
"Para a próxima semana, acreditamos na permanência da volatilidade dos mercados e na ausência de notícias positivas em relação à economia norte-americana. Com esse cenário, a Bovespa poderá buscar patamares ainda menores do que o registrado no fechamento de hoje [ontem]. Acreditamos numa diminuição significativa no volume e na permanência de saída de capital estrangeiro", afirma Júlio Martins, diretor da Prosper Gestão de Recursos.
A contínua saída de recursos externos do mercado acionário doméstico apenas piora o cenário para a enfraquecida Bolsa de Valores de São Paulo. Este é o sexto mês em que os estrangeiros mais vendem que compram ações na Bovespa. Nesse período, mais de R$ 25 bilhões deixaram o pregão local -sendo R$ 1,6 bilhão neste mês, até o dia 18.

Em alta
As ações da Nossa Caixa foram as que mais destoaram do rumo do mercado ontem. Em repercussão à operação de venda para o Banco do Brasil, anunciada na quinta-feira, as ações da Nossa Caixa tiveram forte apreciação de 22,80% ontem, liderando os ganhos do pregão. Já as ações ordinárias do Banco do Brasil desabaram 14,33%.
Na semana, o papel que mais subiu no Ibovespa foi exatamente o da Nossa Caixa, com ganho acumulado de 20%. Em seguida apareceram Transmissão Paulista PN (9,47%) e CPFL Energia ON (4,56%).


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