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Com crise e petróleo em queda, estatal corta custos que vão de sondas a café
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Pressionada pela queda do
petróleo e pela crise financeira global, a Petrobras implementou um severo programa de redução de custos e
racionalização de gastos e investimentos, que objetiva
priorizar projetos mais rentáveis e reduzir despesas diversas -de aluguel de sondas a viagens e patrocínios.
Apesar do lucro recorde
no terceiro trimestre -R$
10,9 bilhões-, a empresa registrou no período forte expansão de despesas operacionais, o que desagradou ao
mercado num período de retração do petróleo.
Na semana passada, o diretor-financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, disse
que já toma medidas para
cortar custos. A estatal ataca,
conta, "despesas simbólicas
por seu baixo valor, mas que
são importantes". "Orientamos a reduzir viagens e a fazer tudo o que for possível
por teleconferência."
Foram restringidos os
produtos oferecidos em
eventos, de café a biscoito e
suco. Mas o que de fato fará
diferença, segundo Barbassa, são mudanças de procedimentos operacionais importantes, como a perfuração de
poços. "Estamos buscando
novos processos para reduzir custos. O aluguel de uma
sonda, por exemplo, custa
US$ 400 mil por dia."
Segundo o executivo, a
prioridade é investir em projetos mais rentáveis e de retorno mais rápido.
O esforço visa garantir o financiamento de projetos e
manter a lucratividade nesse
período de baixa do petróleo,
dizem especialistas. É ainda
uma reação à alta de gastos.
Do segundo para o terceiro trimestre, as despesas
operacionais cresceram R$
2,4 bilhões, puxadas por reajustes e bônus a funcionários, o que implicou forte retração de margens.
De acordo com o BB Investimentos, as margens
operacionais da empresa foram "as piores da história". O
lucro foi apenas assegurado
pela expansão do resultado
financeiro, ligado ao dólar.
Para a corretora Ativa,
houve crescimento forte de
alguns custos e despesas, "o
que chama a atenção em um
período de queda no preço
da commodity." Para Luiz
Octávio Broad, analista da
Ágora, o crescimento das
despesas teve impacto no resultado da companhia. "Certamente o lucro do quarto
trimestre será menor."
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