São Paulo, sábado, 22 de novembro de 2008

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Com crise e petróleo em queda, estatal corta custos que vão de sondas a café

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Pressionada pela queda do petróleo e pela crise financeira global, a Petrobras implementou um severo programa de redução de custos e racionalização de gastos e investimentos, que objetiva priorizar projetos mais rentáveis e reduzir despesas diversas -de aluguel de sondas a viagens e patrocínios.
Apesar do lucro recorde no terceiro trimestre -R$ 10,9 bilhões-, a empresa registrou no período forte expansão de despesas operacionais, o que desagradou ao mercado num período de retração do petróleo.
Na semana passada, o diretor-financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, disse que já toma medidas para cortar custos. A estatal ataca, conta, "despesas simbólicas por seu baixo valor, mas que são importantes". "Orientamos a reduzir viagens e a fazer tudo o que for possível por teleconferência."
Foram restringidos os produtos oferecidos em eventos, de café a biscoito e suco. Mas o que de fato fará diferença, segundo Barbassa, são mudanças de procedimentos operacionais importantes, como a perfuração de poços. "Estamos buscando novos processos para reduzir custos. O aluguel de uma sonda, por exemplo, custa US$ 400 mil por dia."
Segundo o executivo, a prioridade é investir em projetos mais rentáveis e de retorno mais rápido.
O esforço visa garantir o financiamento de projetos e manter a lucratividade nesse período de baixa do petróleo, dizem especialistas. É ainda uma reação à alta de gastos.
Do segundo para o terceiro trimestre, as despesas operacionais cresceram R$ 2,4 bilhões, puxadas por reajustes e bônus a funcionários, o que implicou forte retração de margens.
De acordo com o BB Investimentos, as margens operacionais da empresa foram "as piores da história". O lucro foi apenas assegurado pela expansão do resultado financeiro, ligado ao dólar.
Para a corretora Ativa, houve crescimento forte de alguns custos e despesas, "o que chama a atenção em um período de queda no preço da commodity." Para Luiz Octávio Broad, analista da Ágora, o crescimento das despesas teve impacto no resultado da companhia. "Certamente o lucro do quarto trimestre será menor."


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