|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Oi pede anuência à Anatel para comprar BrT
Associação questiona vantagem para o consumidor
JULIO WIZIACK
DA REPORTAGEM LOCAL
A Oi entrou ontem com pedido de anuência prévia na Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), oficializando
sua intenção de compra da Brasil Telecom (BrT). A medida foi
tomada após a publicação do
novo PGO (Plano Geral de Outorgas) no "Diário Oficial".
O PGO define as novas regras
e metas do setor de telecomunicações e divide o país em
áreas de atuação para as concessionárias de telefonia fixa.
Na versão anterior, estava proibida a compra de uma concessionária por outra que atuasse
em área diferente. Na versão
atual, não há essa restrição.
A Anatel não tem prazo para
analisar a operação e poderá
impor condicionantes para
concordar com o negócio durante a sessão pública de
anuência prévia. O Cade (Conselho Administrativo de Defesa
Econômica) também irá analisar a compra e poderá interferir. Em sua análise, o conselho
poderá aprovar sem ressalvas
ou impor restrições.
A Oi tinha pressa na aprovação do PGO. Caso não fosse
aprovada até 21 de dezembro, a
operadora seria obrigada a pagar R$ 490 milhões de multa
para os acionistas da BrT.
Críticas
A TelComp, associação que
representa as empresas competitivas do setor, foi a público
exigindo das autoridades competentes que revelem os estudos demonstrando as vantagens que a aquisição trará para
os consumidores. Ela pede que
a divulgação seja feita, no máximo, até dez dias antes da sessão
de anuência prévia. "Queremos
saber sobre preço da banda larga, compartilhamento de rede,
entre outras coisas," diz Luis
Curza, presidente da entidade.
Para ele, houve interesse do
próprio governo em favor dessa
aquisição. A participação do
BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social) no grupo de controle da
nova tele foi um sinal. Outro,
foram os R$ 4,3 bilhões concedidos pelo Banco do Brasil à estruturação societária da tele.
"A rapidez da aprovação levanta suspeitas", diz Curza. Segundo ele, um pedido simples
de mudança de razão social de
uma operadora à Anatel chega
a levar centenas de dias. "Estamos falando de uma mudança
que exigiu um novo marco regulatório," diz. Por isso, a TelComp entra na próxima segunda-feira como parte interessada no processo aberto na Anatel pela própria Oi, há cerca de
45 dias, oficializando a intenção de compra da BrT.
Procurada pela reportagem,
a TelComp não respondeu às
críticas até o fechamento desta
edição. A associação das empresas também é parte nos dois
processos abertos no Cade. A
partir de agora, os conselheiros
devem começar a avaliar se o
surgimento da BrOi (apelido da
nova tele) provocará concentração de mercado.
Alain Riviere, diretor de regulamentação e estratégia da
Oi, contesta. "A TelComp manifesta os interesses da Embratel", diz Riviere. Para ele, a
aquisição trará benefícios porque criará um segundo backbone (rede de comunicação de dados) de abrangência nacional
para competir com o da Embratel em serviços nacionais.
Texto Anterior: Lula defende negociação com Serra Próximo Texto: Citi já estuda fusão; ação cai 60% Índice
|