São Paulo, sábado, 22 de novembro de 2008

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Citi já estuda fusão; ação cai 60%

Banco também analisa vender unidades e demitir seu presidente, depois que papéis caíram 60% na semana

Após dois pregões seguidos de queda de mais de 5%, Bolsa de NY tem 4ª maior alta do ano, com rumores sobre secretário do Tesouro

DA REDAÇÃO

O Citigroup, que terminou o segundo trimestre como o maior banco dos Estados Unidos, pode ser a próxima instituição financeira a ser engolida pela crise. O conselho do grupo estuda a venda de algumas unidades ou até mesmo de todo o banco, depois que as ações despencaram para níveis não vistos em mais de dez anos.
Outra opção que estava sendo considerada pelo conselho, que esteve reunido ontem, era a demissão do presidente-executivo do Citigroup, Vikram Pandit -que assumiu o posto em dezembro de 2007. Em conversa com funcionários do banco ontem, Pandit afirmou que não quer vender unidades e pretende manter o Citi independente.
Ele negou ainda os rumores de que pretende vender a Smith Barney, a unidade americana de gerenciamento de fortunas.
Segundo a TV CNBC, dirigentes do Citi disseram que, para interromper a queda nas ações, o banco terá que fazer "uma mudança estratégica" no seu rumo, como levantar dinheiro ou encontrar um parceiro para fusão. Entre os cogitados, estão Goldman Sachs, Morgan Stanley e State Street, mas fechar um acordo agora, com o aperto no crédito e várias instituições também com problemas, não será tarefa fácil.
Mesmo o corte anunciado nesta semana de 52 mil vagas no mundo todo não conseguiu reverter as preocupações dos acionistas com o futuro do banco, que já perdeu mais de US$ 20 bilhões desde o quarto trimestre do ano passado.
O Citigroup não conseguiu aproveitar oportunidades que surgiram com a crise e se expandir como o JPMorgan e perdeu o posto de maior banco americano para o rival.
Mas as ações do Citigroup tiveram queda mesmo ontem, um dia em que as Bolsas dos EUA terminaram em forte alta, com a expectativa de que Timothy Geithner, o presidente da divisão de Nova York do Fed (o BC dos EUA), será anunciado como o secretário do Tesouro no governo Barack Obama.
Os papéis do Citigroup recuaram 19,96%, cotados a US$ 3,77, e agora o banco tem valor de mercado de cerca de US$ 20 bilhões -no fim de 2006, ele valia US$ 274 bilhões e só era superado no mundo por ExxonMobil, General Electric e Microsoft. Apenas nesta semana, as ações do banco caíram 60,4%. Ampliando o levantamento para 15 de setembro (quando o Lehman Brothers pediu concordata, desencadeando o recrudescimento da crise), a queda já é de 79%.
A desvalorização das ações do Citigroup, que têm a menor cotação em 12 anos, ocorreu em um pregão em que o principal índice da Bolsa de Nova York, o Dow Jones, subiu 6,54%, a quarta maior alta do ano. O índice, que operou em queda na maior parte do dia e vinha de dois pregões seguidos de recuo de mais de 5%, começou a se recuperar na hora final, com as primeiras notícias de que Geithner deverá substituir Henry Paulson no comando do Tesouro americano.
O dia também foi de recuperação para o índice S&P 500, formado por 500 companhias (ante 30 do Dow Jones), que tinha caído anteontem para o menor nível em 11 anos. A alta ontem foi de 6,32%.

Com o "Financial Times"

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