São Paulo, quinta-feira, 22 de dezembro de 2005

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MERCADO ABERTO

IGP-M será o menor da história

A inflação medida pelo IGP-M (Índice Geral de Preços ao Mercado) neste ano será provavelmente a menor da história do índice. Nos 11 primeiros meses, o IGP-M, que começou a ser calculado em 1989, acusou uma alta de apenas 1,22%, e a tendência é que o índice encerre 2005 próximo a esse patamar. A segunda prévia do IGP-M de dezembro registrou uma variação negativa de 0,096%. O menor IGP-M da história até hoje ficou em 1,78%, em 1998.
O resultado foi considerado surpreendente. As previsões, no início do ano, eram de 6%. Segundo o economista Salomão Quadros, coordenador de Análises Econômicas da FGV (Fundação Getulio Vargas), esse desempenho do IGP-M se deve, basicamente, ao câmbio (dólar baixo).
Como 60% do índice reflete a variação dos preços no atacado, o dólar tem um peso importante na formação da inflação. No entanto outros fatores também ajudaram para o resultado menor, como a queda de preços de algumas commodities (aço, por exemplo), além da carne, que também baixou com a descoberta de febre aftosa no país.
A principal conseqüência desse resultado é que alguns preços administrados, cujos reajustes estão indexados ao IGP-M, sofrerão uma pequena variação em 2006. O reajuste de energia elétrica, por exemplo, que está atrelado ao índice, deverá ter uma variação inferior a 2%. Outros preços importantes que sempre estiveram ligado ao IGP-M, como os do mercado imobiliário, principalmente o aluguel, também deverão sofrer uma pequena alta.
Salomão Quadros observa que, dessa forma, os preços administrados, que são normalmente acusados de serem prejudiciais ao controle da inflação, por tradicionalmente ficarem acima do IPCA, serão um facilitador no próximo ano. "Os preços administrados deixarão de ser uma peça de resistência ao controle da inflação", diz Quadros.

SEM AJUDA
O deputado federal Armando Monteiro Neto (PTB-PE), presidente da CNI, decidiu abrir mão da ajuda de custo pela convocação extraordinária do Congresso. Ele encaminhou a solicitação à direção da Câmara ontem.

NOVO SERVIÇO
O publicitário Silvio Matos, ex-Y&R, prepara um serviço inédito no mercado nacional em sua nova agência, a Matos, que será inaugurada em janeiro. Trata-se de um departamento para criar conteúdo apenas para programas de TV, projetos editoriais e plataformas digitais.

EM QUEDA
O nível de emprego da construção pesada registrou queda de 1,69% em novembro na comparação com outubro, com a demissão de 587 trabalhadores. É a primeira queda em oito meses, segundo o Sindicato da Indústria da Construção Pesada de São Paulo. No comparativo com o mesmo mês do ano passado, foi registrada alta de 12,10%, com a abertura de 3.680 postos de trabalho. Em novembro de 2004, o setor empregava 30.403 trabalhadores. No mês passado, as empresas contabilizaram 34.083 empregados. Quando o levantamento surgiu, em 1986, o setor empregava 132.813 pessoas.

QUEDA-DE-BRAÇO
A Força Sindical quer assinar em janeiro com a direção do Wal-Mart do Brasil um acordo para evitar a demissão de funcionários do Sonae, recém-adquirida pela cadeia americana de varejo. O Wal-Mart diz não ter interesse em dispensar os 10 mil funcionários do Sonae no país. Em reunião ontem com o ministro Luiz Marinho (Trabalho), os comerciários acertaram a formação de um grupo para discutir com os trabalhadores o problema da automação no varejo, das jornadas extensivas de trabalho no setor e a questão do trabalho aos domingos. O grupo começará a se reunir em janeiro.

COOPERATIVAS
Inauguradas em 2004, as três cooperativas de crédito do Ciesp em Birigui, Sertãozinho e no ABCD fecham o ano com resultados positivos. Com volume inicial de recursos que não ultrapassava R$ 1,2 milhão, os associados têm atualmente à disposição cerca de R$ 13 milhões, que podem ser emprestados à juros menores do que os praticados pelo mercado. Em 2006, está prevista a inauguração de mais três cooperativas, em Presidente Prudente, Jaú e São José dos Campos. A linha é voltada especialmente a pequenas empresas, que, assim, podem fugir das exigências da rede bancária.


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