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LIGAÇÕES PERIGOSAS
Justiça faz busca e apreensão no Opportunity
RAPHAEL GOMIDE
DA SUCURSAL DO RIO
Em mais um episódio da disputa com o grupo Opportunity, do
banqueiro Daniel Dantas, a nova
administração da empresa de telefonia Brasil Telecom obteve na
Justiça mandado de busca e
apreensão de documentos do
consórcio Voa, em endereços no
Rio, em Três Rios (RJ) e em Belo
Horizonte (MG). A operação no
Rio aconteceu na noite de terça.
A BrT (Brasil Telecom, controlada pelo Citibank e por fundos de
pensão) diz, no pedido, que os
três aviões do consórcio "não estão nem estiveram à sua disposição" e "destinam-se a uso e gozo
exclusivos do sr. Daniel Dantas,
de modo a atender aos seus interesses particulares e de suas outras empresas privadas". O Opportunity geria consórcio que
possui três aviões, apesar de deter
apenas 3,33% das cotas.
O objetivo da ação era obter documentos e os histórico pormenorizado de todos os vôos realizados na vigência do consórcio,
com a discriminação das aeronaves, das respectivas rotas, dos passageiros, além dos cronogramas
de viagens elaborados pelo líder
do consórcio (Dantas)".
A idéia era tentar comprovar o
suposto uso indevido dos aviões,
mas nenhum documento semelhante foi encontrado no Rio. A
BrT alega que "não há registro nas
sedes das autoras (BrT) dessas aeronaves" e a rival resiste a entregar documentos do consórcio.
Apesar de o mandado incluir o
endereço residencial de Dantas,
em Ipanema (zona sul do Rio), só
houve busca no Opportunity.
Dantas será intimado e notificado
do processo nos próximos dias,
no Opportunity, conforme acordo dos oficiais de Justiça com seus
advogados.
Na busca e apreensão no escritório, foram recolhidas pilhas de
documentos, que, listados em 80
tópicos, ocupavam 14 folhas.
Entre os papéis, contratos de arrendamento, financiamento e opção de cessão dos aviões de prefixo P1022 e P1014, além de atas de
assembléias do consórcio, cartas
da Aeronáutica e do DAC (Departamento de Aviação Civil), documentos contábeis, orçamentos e
fluxo de caixa desde 2001.
A petição inicial dos advogados
da BrT classifica a gestão de Dantas e do Opportunity como "nefasta" e "exclusivamente para obter benefício próprio, indevido e
injustificado".
Outro lado
A assessoria de imprensa do
Opportunity diz que, desde o início do consórcio, em 1998, "todas
as contas foram aprovadas e nunca houve reclamações da gestão
pelo Opportunity".
Segundo a assessoria, os problemas começaram a surgir com o
acirramento da disputa pelo controle da BrT, gerida pelo Opportunity antes de entrar em conflito
com os outros sócios, Telecom
Italia e fundos. Neste ano, o Citibank -então o principal cotista
do CVC Opportunity, controlador da BrT- destituiu o banco de
Dantas da gestão do fundo e passou a administrá-lo.
O Opportunity diz que as críticas da Brasil Telecom a Dantas e
sua gestão têm relação com a disputa societária.
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