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VIZINHO
Estudo aponta crescimento de 29,5% entre 2003 e 2005, resultado superior ao verificado sob Perón e durante a paridade cambial
Argentina tem maior expansão em cem anos
VINICIUS ALBUQUERQUE
DA FOLHA ONLINE
A atividade econômica da Argentina registrou, entre 2003 e
2005, expansão de 29,5%, a maior
em cem anos, segundo estudo do
economista argentino Orlando
Ferreres e publicado como livro,
"Dois Séculos de Economia Argentina (1810-2004) História Argentina em Cifras" (em uma tradução livre do espanhol), ainda
não publicado no Brasil.
O resultado superou ainda os
índices registrados em momentos
positivos da economia argentina,
como no governo de Juan Domingo Perón (1945-1947), que
chegou a 27,7%, e nos tempos da
paridade entre o dólar e o peso
(1991-1993), de 28,1%, revela o estudo do economista.
Segundo Ferreres, o desempenho da economia do país se deve a
uma combinação de fatores, entre
os quais câmbio alto, exportações
e superávit fiscal.
Com a agricultura e a mineração na base da economia, a Argentina precisa de mais investimentos para desenvolver setores
como o automobilístico e manter
um crescimento sustentado, diz
Ferreres. "É preciso gerar um ambiente propício para atrair capitais", disse o economista, em entrevista concedida à emissora de
rádio argentina Radio 10.
Nesta semana, o Indec (Instituto de Estatísticas e Censos da Argentina) revelou que a atividade
econômica argentina cresceu
9,3% em outubro. Nos dez primeiros meses do ano, o crescimento acumulado foi de 9,2%.
A ministra da Economia da Argentina, Felisa Miceli, afirmou
que, neste ano, "está garantido o
crescimento do PIB [Produto Interno Bruto] superior a 8,5%".
A Argentina realiza ajustes na
economia. Em fevereiro, o governo fez a troca de títulos de sua dívida de US$ 81,8 bilhões depois de
um processo de renegociação pelo qual os credores receberão o
mínimo de US$ 0,25 para cada
US$ 1 que têm direito. Mesmo assim, a renegociação teve a adesão
de 76% dos credores.
Fundo Monetário
O problema foram os credores
que não aderiram à proposta.
Após a renegociação, o país encerrou a troca dos títulos e recusou-se a reabrir o processo. O FMI
(Fundo Monetário Internacional)
passou então a pressionar o governo argentino para que reabrisse as negociações, como condição
de renovação do prazo de sua dívida com o Fundo.
Até o final deste ano, deveria ser
pago cerca de US$ 1,75 bilhão. Em
2006 e 2007, os vencimentos com
o FMI somavam US$ 6,5 bilhões.
Isso tudo até o país ter decidido
quitar sua dívida com o Fundo.
No dia 15, o presidente Néstor
Kirchner anunciou que até o final
deste ano serão pagos os cerca de
US$ 9 bilhões da dívida com o
FMI que venceriam até 2008.
O Senado argentino aprovou
ontem a lei que autoriza o Banco
Central a usar reservas para quitar
a dívida com o FMI (43 votos a favor, 19 contra e 2 abstenções).
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