São Paulo, terça, 22 de dezembro de 1998

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COMÉRCIO
Consultas ao SPC e ao Telecheque indicam movimento melhor do que em 97, mas faturamento deve ter queda
Vendas do final de semana superam 97

SILVANA QUAGLIO
da Reportagem Local

O comércio está reagindo e o Natal não será tão ruim como chegou-se a prever, dizem lojistas e especialistas. A queda generalizada dos preços, a reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso e o pacote de ajuda internacional de mais de US$ 40 bilhões para o Brasil são os principais motivos apontados.
Os indicadores de movimento do varejo apontam para um discreto aumento no volume de vendas, mas o faturamento ainda sinaliza para um desempenho inferior ao de 97. A sensação geral entre lojistas e analistas da área é que este será mesmo o Natal das "lembrancinhas". Houve uma queda no valor médio das compras.
De acordo com a Alshop (Associação dos Lojistas de Shoppings do Estado de São Paulo), a redução foi de 12%. Neste ano, as compras em shoppings populares variam, em média, entre R$ 18 e R$ 20, enquanto em shoppings onde circulam consumidores de maior poder aquisitivo o valor médio está entre R$ 48 e R$ 52.
As consultas ao Telecheque e ao SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) indicam, respectivamente, o movimento de vendas à vista e a prazo. De acordo com a Associação Comercial de São Paulo, o último final de semana foi o melhor do ano, registrando 163.174 consultas ao SPC e 238.897 ao Telecheque.
No caso do SPC, o crescimento foi de 5,8% em relação ao final de semana anterior; no do Telecheque, o aumento foi ainda mais expressivo, de 18,5%. Mas quando os números são comparados com o último final de semana anterior ao Natal do ano passado, o panorama é outro. As consultas ao SPC foram 0,1% superiores a 97, enquanto ao Telecheque, o desempenho de 98 é apenas 2,9% superior.
"São presentes baratos comprados preferencialmente à vista", diz Emílio Alfieri, economista da Associação Comercial de São Paulo. A entidade mantém a previsão de um Natal com faturamento inferior ao de 97. "Deve ficar em torno de 5%, mas a queda pode chegar a 9%", afirma Alfieri.
Para o economista Fábio Akira, da consultoria Tendências, a queda deverá ser de 5%. " O Natal não deverá ser diferente de outras datas do ano, embora as vendas físicas devam superar os volumes do ano passado", explicou Akira.
Os 37 principais shoppings de São Paulo registraram grande movimento no final de semana. A expectativa é de aumento de vendas de 7% em relação ao Natal passado, de acordo com a Alshop.



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