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Bovespa cai com decisão do Copom
DA REPORTAGEM LOCAL
A manutenção da taxa básica de
juros em 16,5% fez o mercado financeiro iniciar os negócios de
ontem em polvorosa. Os juros futuros dispararam, a Bolsa de Valores caiu e o dólar chegou a subir
pela manhã.
O Banco Central contrariou a
expectativa do mercado, de corte
de 0,5 ponto percentual. Como a
decisão só foi anunciada após o
fechamento dos pregões de quarta-feira, o impacto da decisão foi
sentido nos negócios de ontem.
A taxa do contrato DI (que segue as taxas praticadas entre os
bancos) de prazo mais curto saltou de 15,85% para 16,21% na
BM&F. A Bolsa fechou com perdas de 1,43%, depois de chegar a
recuar 2,66%. O dólar caiu 0,21%.
A corrida dos bancos para se
ajustarem à decisão do Copom
(Comitê de Política Monetária)
fez a movimentação no pregão da
BM&F (Bolsa de Mercadorias &
Futuros) de ontem ser recorde.
Somente de contratos DI, foram
negociados 934 mil, cifra nunca
atingida antes. Antes disso, o número recorde de negociação com
esses papéis era de 640 mil.
As instituições financeiras que
fecharam operações contando
com a queda da Selic correram
para evitar perdas maiores após a
expectativa ser contrariada pela
decisão do Copom.
Quem tem aplicações em fundos de renda fixa prefixados também pode ter prejuízo, pois a cota
do fundo pode ficar negativa por
um dia e dar um rendimento final
menor.
Os fundos de renda fixa carregam títulos que pagam juros prefixados que acompanham as taxas do mercado futuro. Com a
manutenção da Selic, as taxas futuras subiram e os papéis dos fundos, que embutiam juros menores, perdem valor.
"O ajuste sofrido nos contratos
DI tem reflexo nos fundos prefixados. O importante é o investidor não sacar agora", afirma
Eduardo Castro, gestor de renda
fixa do ABN Amro Asset Management.
Segundo Carlos Henrique de
Abreu, da corretora Socopa, foi
forte o movimento de venda de
LTNs (Letras do Tesouro Nacional, títulos prefixados) e compra
de LFTs (Letras Financeiras do
Tesouro, títulos pós-fixados) no
mercado secundário ontem.
Ajustes
Todos os contratos DI negociados na BM&F sofreram ajustes.
No papel mais negociado, com
prazo em julho, a taxa subiu de
15,39% para 15,88%. Na abertura,
esse contrato chegou a ter taxa de
16,08%.
Apesar dos ajustes do mercado
de ontem, Castro, do ABN, disse
que mantém sua previsão de que
a taxa básica de juros da economia estará em 14% anuais em dezembro.
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