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Meio Ambiente vence batalha e projetos polêmicos do setor elétrico não entram
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A área ligada ao meio ambiente no governo venceu o primeiro round do PAC e projetos
importantes para o setor elétrico -como a usina nuclear de
Angra 3 e a criação de reservas
para hidrelétricas- ficaram de
fora do plano.
Questionado sobre por que
Angra 3 não consta do plano, o
ministro Silas Rondeau (Minas
e Energia), respondeu: "Porque
o plano só inclui o que nós vamos fazer". Depois, o ministro
complementou. "É uma discussão que precisa ser feita com
vários órgãos, que envolve a retomada do projeto nuclear, e
essa discussão não está madura
e deve ser retomada esse ano,
para decidir se faz ou não faz."
O investimento para construir Angra 3 é estimado em
US$ 1,7 bilhão. Pelo planejamento da estatal EPE (Empresa de Pesquisa Energética), Angra 3 começaria a gerar 1.309
MW a partir do fim de 2012.
Outro projeto importante
para o setor elétrico era a criação de reservas para a exploração de potenciais hidrelétricos.
Seriam áreas a serem demarcadas pelo governo, reservadas
para a construção de usinas. A
maior parte dessas áreas está
na Amazônia, em áreas de reserva indígena ou ambiental.
O projeto também enfrenta
oposição da área de meio ambiente. "As discussões não foram concluídas. É preciso debater com o Meio Ambiente. A
idéia é interessante e vai prosperar", disse Rondeau.
O gasoduto do Sul -projeto
que envolve o governo da Venezuela e que foi tratado no último encontro do Mercosul, no
Rio- também ficou de fora. Na
avaliação do governo, o projeto
ainda está em fase de estudos.
O gasoduto ligaria os países do
Sul do continente a Venezuela,
com cerca de 6.000 km.
Também ficou de fora a pulverização de ações da Eletrobrás, nos moldes do que foi feito com a Petrobras e a Vale do
Rio Doce. Na avaliação do governo, essa idéia continua nos
planos, mas terá que ser tocada
em um ritmo diferente do PAC.
Social
Ao anunciar as metas de investimentos em infra-estrutura social do PAC até 2010, o governo previu mais do que dobrar os investimentos em habitação e mais do que triplicar os
investimentos em saneamento
em relação ao primeiro mandato do presidente Lula.
O PAC prevê investimentos
de R$ 106,3 bilhões em habitação e R$ 40 bilhões em saneamento no segundo mandato.
Os números levam em conta
não apenas o dinheiro dos tributos arrecadados pela União,
mas sobretudo financiamentos
de bancos públicos e privados
contratados e contrapartidas
de Estados, municípios e empresas. Entre 2003 e 2006, o
governo contabilizou investimentos de R$ 51,9 bilhões em
habitação e R$ 12,9 bilhões em
saneamento, já incluídas todas
as fontes de recursos.
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