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Déficit da Previdência cresce 2,4% em 2007
Em percentual do PIB, houve primeira queda desde 2000
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Previdência Social fechou
suas contas em 2007 com um
déficit de R$ 46 bilhões. O valor
-já corrigido pela inflação- ficou 2,4% acima do resultado
registrado em 2006. Mas, em
percentual do PIB (soma das riquezas produzidas pelo país)
projetado para o ano, houve
queda no saldo negativo. Isso
não acontecia desde 2000.
Em 2006, o déficit representava 1,8% do produto interno e
caiu para 1,75% no ano passado.
O Ministério da Previdência
comemora esse movimento e
afirma que a queda se repetirá
nos próximos anos. Segundo as
projeções da Secretaria de Previdência Social, em 2011, o saldo negativo estará em 1,3% do
PIB.
"Em 2006, fazíamos previsões de que 2007 seria o melhor
ano do emprego formal. Felizmente, 2007 foi o melhor ano
da série. Isso tem impactos importantes na Previdência", disse o ministro Luiz Marinho
(Previdência). Ele ressaltou
que no início de 2007 a expectativa de déficit chegou a ultrapassar R$ 50 bilhões.
Para a Previdência, o aumento nas contratações com carteira assinada significa que as empresas recolherão mais contribuições, o que tem efeitos positivos na arrecadação do setor.
No ano passado, a arrecadação
previdenciária cresceu 9,1% em
relação a 2006.
"Isso é quase o dobro do crescimento esperado para o PIB
no ano, que é de 5%", disse o secretário de Previdência Social,
Helmut Schwarzer. As despesas também subiram acima do
PIB em 2007, expandindo-se
em 7,4%. O secretário destaca,
porém, que o ritmo foi menor.
Além do mercado de trabalho, o governo atribui a melhoria nas contas a medidas administrativas. No ano passado,
houve a fusão das secretarias de
Receita Previdenciária e da Receita Federal, o que trouxe ganhos de arrecadação.
Também foi concluído no
ano passado o recadastramento dos aposentados e teve início
a revisão de benefícios de auxílio-doença concedidos há mais
de dois anos. As duas medidas
tiveram impacto na redução
das despesas da Previdência.
Na análise do especialista do
Ipea (Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada) Marcelo
Caetano, a queda do déficit em
proporção do PIB deve ser vista
com cautela porque a redução
de 0,05 ponto percentual reflete apenas um quadro de estabilidade. Ele diz ainda que é cedo
para falar em tendência.
"Entre 1999 e 2000, houve
queda em relação ao PIB e depois disso o déficit só cresceu.
Fora isso, várias medidas administrativas tomadas em 2007
têm efeitos limitados e não se
repetirão indefinidamente."
Pelos cálculos de Schwarzer,
o déficit em 2008 deverá ficar
em R$ 43,9 bilhões.
Na divulgação dos dados de
2007, o ministério destacou
que o déficit de R$ 46 bilhões
teria ficado em R$ 43,3 bilhões
se o governo não tivesse antecipado de janeiro de 2008 para
dezembro último o pagamento
de parte dos benefícios.
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