DA REDAÇÃO

John Thain, o executivo que orquestrou a venda do Merrill Lynch em setembro do ano passado por US$ 40 bilhões para o Bank of America, deixou o cargo que ocupava no banco após o negócio, dias depois de a instituição anunciar um prejuízo bilionário no quarto trimestre.
No centro da saída dele do cargo está o prejuízo de US$ 15,3 bilhões que o Merrill Lynch teve nos últimos três meses de 2008 e que surpreendeu a direção do Bank of America -que teve que recorrer à ajuda do governo americano para não desistir da compra. O presidente-executivo do Bank of America, Ken Lewis, teria ficado insatisfeito com Thain porque ele não lhe informou diretamente dos problemas do banco. Lewis soube das perdas no mês passado pela equipe que cuidava da incorporação dos dois bancos.
"Eles [Lewis e Thain] concordaram que a situação não estava funcionando, e ele renunciou", afirmou um porta-voz do Bank of America.
Além do prejuízo, que fez o Bank of America recorrer a uma ajuda do governo dos Estados Unidos de US$ 117 bilhões (entre injeção de capital e garantia contra possíveis prejuízos), teria pesado contra Thain a decisão de conceder bônus aos executivos do Merrill Lynch no final do ano passado, poucos dias antes de o negócio com o BofA ter sido finalizado.
Ex-presidente-executivo do Merrill Lynch, Thain passou a comandar as divisões de administração de fortunas e de corretagem do Bank of America após a concretização da venda.