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Microsoft demite 5.000 no maior corte de sua história
Lucro da companhia cai 11%; rival Google tem crescimento de 18% na receita
Vendas do sistema operacional Windows recuaram 8% no trimestre passado; unidades do Brasil não devem ser afetadas
DA REDAÇÃO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Microsoft anunciou que vai
demitir, nos próximos 18 meses, 5.000 funcionários, dos
quais 1.400 já foram dispensados ontem. É o maior corte de
pessoal em toda a história da
companhia. Em comunicado, o
presidente-executivo Steve
Ballmer disse que a empresa
"não é imune aos efeitos da economia", mas indicou que não
haverá mudanças de estratégia.
As demissões vão atingir todas as áreas da empresa, hoje
com 96 mil funcionários.
A Microsoft disse ainda que
sua receita cresceu apenas 2%
no segundo trimestre fiscal, ante igual período no ano anterior, para US$ 16,6 bilhões.
Analistas previam que o valor
chegaria a US$ 17,1 bilhões. Os
lucros da companhia também
vieram abaixo do esperado no
período: US$ 4,17 bilhões, ou
11% menos que os do mesmo
trimestre no ano anterior.
O desempenho inferior às expectativas reflete uma queda
na demanda mundial por computadores pessoais desde o fim
do ano passado, com o corte dos
gastos empresariais em tecnologia da informação e uma temporada de consumo natalino
que não mostrou o vigor costumeiro.
Segundo a Microsoft, os resultados também refletem a
demanda crescente por "netbooks", muitos dos quais equipados com o sistema operacional mais antigo da empresa, o
Windows XP, e não com o Windows Vista, o modelo atual
-além de muitos outros que
não usam software da empresa.
Como resultado, as vendas da
divisão de sistemas operacionais da companhia caíram 8%
no trimestre.
A empresa passou pela contração do setor de tecnologia
em 2001 com poucos danos,
graças ao crescimento continuado dos negócios de informática. No passado, teve de recorrer a demissões apenas como resultado de reorganizações limitadas de porções de
suas operações ou para integrar
empresas adquiridas.
Ontem, as ações da empresa
chegaram a cair 12% no pregão
de Nova York, o pior desempenho desde 1998.
Ao fim do dia, fecharam com
queda de 11,7% no pregão eletrônico Nasdaq.
Em e-mail aos funcionários,
Ballmer disse que a Microsoft
estava tomando diversas medidas de redução de despesas, entre as quais a diminuição de seu
orçamento de viagens em 20%,
a suspensão dos aumentos salariais por mérito neste ano e
uma redução na escala de seus
planos para ampliar a sede corporativa em Redmond, no Estado de Washington.
Microsoft Brasil
A Microsoft afirma que não
fará cortes no Brasil, onde ela
tem 570 funcionários contratados em 13 escritórios.
A companhia opera por um
esquema de venda indireta. São
as empresas-parceiras que fazem os negócios como representantes da Microsoft. Ao todo, são 18 mil empresas.
Estimativas do IDC (International Data Corporation)
mostram que 45% dos profissionais do setor de tecnologia
da informação trabalham para
a companhia de forma direta ou
indireta, o equivalente a 495
mil pessoas.
Ainda segundo o IDC, para
cada dólar de receita gerada pela Microsoft no Brasil, outros
US$ 12,57 são injetados diretamente na economia do país.
Alguns especialistas estimam que o faturamento da
companhia no país deva ficar
próximo de R$ 1 bilhão.
A Microsoft não divulga esse
número.
Google
Apesar da crise, os negócios
do Google continuam firmes, a
julgar pelos resultados do quarto trimestre divulgados ontem.
A receita operacional cresceu
18% em relação ao mesmo período do ano anterior, atingindo US$ 5,7 bilhões. Em relação
aos três meses anteriores, o ganho foi de 3%. O lucro chegou a
US$ 382,4 milhões. Os resultados se situaram dentro do esperado pelos analistas.
Um dos principais responsáveis pelos ganhos do Google foi
o sistema de "clique pago", pelo
qual os anunciantes pagam para aparecer em sua página de
busca. O crescimento foi de
18% em relação ao ano anterior.
As buscas no portal aumentaram 21% ao longo de 2008.
Um dia antes, a Apple também apresentou resultados positivos. As vendas cresceram
5,8% ao longo de 2008, graças,
sobretudo, ao desempenho dos
laptops MacBook.
Com o "New York Times", o "Financial Times" e a Bloomberg
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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