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Dados ruins nos EUA desanimam; Bolsa cai 1,7%
Ação da Petrobras recua 2,5%; dólar fecha em baixa
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A decisão do Copom acabou
por não ajudar muito a Bolsa de
Valores de São Paulo. Em mais
um dia marcado pelo pessimismo gerado por fracos dados
econômicos nos EUA, a Bovespa encerrou com desvalorização de 1,68%.
Em Wall Street, o índice acionário Dow Jones, que reúne as
ações norte-americanas mais
negociadas, terminou com baixa de 1,28%.
O dia começou com os investidores digerindo mais uma bateria de números ruins. Os pedidos de seguro-desemprego
nos EUA aumentaram em 62
mil na última semana, segundo
o Departamento de Trabalho
do país -o mercado projetava
metade disso. Também foi divulgada nova queda, superior a
15%, no ritmo de construção de
novas residências no país em
dezembro.
Na Europa, as Bolsas também fecharam no vermelho:
houve baixa de 1,29% em Paris;
de 0,98% em Frankfurt; e de
0,19% em Londres.
No setor corporativo, as demissões e a queda no lucro
anunciadas pela Microsoft estiveram no centro das atenções
do mercado. As ações da companhia despencaram 10,7% em
Wall Street.
A informação de que os estoques de petróleo cru e gasolina
dos EUA tiveram aumento expressivo também afetou o mercado, ao tirar forças das cotações do produto. O barril de petróleo até se recuperou no fim
do dia, mas teve alta de apenas
0,28% em Nova York, vendido a
US$ 43,67.
Com o petróleo enfraquecido, as ações da Petrobras não tiveram fôlego para evitar mais
um pregão de perdas. Os investidores estrangeiros, que demonstraram apetite por ações
brasileiras nos primeiros dias
do mês, já voltaram a se desfazer dos papéis. E esses investidores são importantes compradores de Petrobras.
No fim do pregão, a ação preferencial da Petrobras caiu
2,55%, e a ordinária terminou
com recuo de 2,41%.
O saldo das operações dos estrangeiros na Bovespa -que já
chegou a ser positivo em mais
de R$ 1 bilhão neste mês- passou a ser negativo em R$ 159,17
milhões no último dia 19. Ou
seja, os estrangeiros mais têm
vendido que comprado ações
brasileiras.
A ação PNA da Vale, que também é muito procurada pelos
estrangeiros, terminou ontem
com queda de 0,46%. Dentre os
grandes bancos, quem mais
caiu foi Itaú PN (-2,77%).
Câmbio e juros
O câmbio foi na contramão
do mercado acionário. O dólar
encerrou as operações cotado a
R$ 2,331, em baixa de 0,89%.
Apesar do corte de um ponto
percentual na taxa básica Selic,
que desceu a 12,75%, o Brasil
permanece com os maiores juros reais do planeta. Dessa forma, a Selic menor não representa um desestímulo de entrada de capital no país.
Os juros reais são computados descontando da taxa básica
a inflação projetada para 12
meses. No Brasil, após o corte
da Selic, os juros reais foram a
7,6%. A Hungria, que é o segundo país no ranking mundial,
pratica taxa real de 5,8%.
A maioria do mercado esperava que o Copom tivesse reduzido a taxa básica para 13%. Isso levou o mercado futuro a ter
de ajustar seus preços ontem.
No contrato DI (que projeta
os juros futuros) que vence no
fim do mês, a taxa caiu de
12,81% para 12,64%. No contrato que vence na virada do ano, a
taxa foi de 11,1% para 11,07%.
O mercado já começa a trabalhar com a expectativa de um
novo corte de um ponto percentual na Selic no próximo encontro do Copom, que ocorrerá
nos dias 10 e 11 de março.
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