São Paulo, sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

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Dados ruins nos EUA desanimam; Bolsa cai 1,7%

Ação da Petrobras recua 2,5%; dólar fecha em baixa

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A decisão do Copom acabou por não ajudar muito a Bolsa de Valores de São Paulo. Em mais um dia marcado pelo pessimismo gerado por fracos dados econômicos nos EUA, a Bovespa encerrou com desvalorização de 1,68%.
Em Wall Street, o índice acionário Dow Jones, que reúne as ações norte-americanas mais negociadas, terminou com baixa de 1,28%.
O dia começou com os investidores digerindo mais uma bateria de números ruins. Os pedidos de seguro-desemprego nos EUA aumentaram em 62 mil na última semana, segundo o Departamento de Trabalho do país -o mercado projetava metade disso. Também foi divulgada nova queda, superior a 15%, no ritmo de construção de novas residências no país em dezembro.
Na Europa, as Bolsas também fecharam no vermelho: houve baixa de 1,29% em Paris; de 0,98% em Frankfurt; e de 0,19% em Londres.
No setor corporativo, as demissões e a queda no lucro anunciadas pela Microsoft estiveram no centro das atenções do mercado. As ações da companhia despencaram 10,7% em Wall Street.
A informação de que os estoques de petróleo cru e gasolina dos EUA tiveram aumento expressivo também afetou o mercado, ao tirar forças das cotações do produto. O barril de petróleo até se recuperou no fim do dia, mas teve alta de apenas 0,28% em Nova York, vendido a US$ 43,67.
Com o petróleo enfraquecido, as ações da Petrobras não tiveram fôlego para evitar mais um pregão de perdas. Os investidores estrangeiros, que demonstraram apetite por ações brasileiras nos primeiros dias do mês, já voltaram a se desfazer dos papéis. E esses investidores são importantes compradores de Petrobras.
No fim do pregão, a ação preferencial da Petrobras caiu 2,55%, e a ordinária terminou com recuo de 2,41%.
O saldo das operações dos estrangeiros na Bovespa -que já chegou a ser positivo em mais de R$ 1 bilhão neste mês- passou a ser negativo em R$ 159,17 milhões no último dia 19. Ou seja, os estrangeiros mais têm vendido que comprado ações brasileiras.
A ação PNA da Vale, que também é muito procurada pelos estrangeiros, terminou ontem com queda de 0,46%. Dentre os grandes bancos, quem mais caiu foi Itaú PN (-2,77%).

Câmbio e juros
O câmbio foi na contramão do mercado acionário. O dólar encerrou as operações cotado a R$ 2,331, em baixa de 0,89%.
Apesar do corte de um ponto percentual na taxa básica Selic, que desceu a 12,75%, o Brasil permanece com os maiores juros reais do planeta. Dessa forma, a Selic menor não representa um desestímulo de entrada de capital no país.
Os juros reais são computados descontando da taxa básica a inflação projetada para 12 meses. No Brasil, após o corte da Selic, os juros reais foram a 7,6%. A Hungria, que é o segundo país no ranking mundial, pratica taxa real de 5,8%.
A maioria do mercado esperava que o Copom tivesse reduzido a taxa básica para 13%. Isso levou o mercado futuro a ter de ajustar seus preços ontem.
No contrato DI (que projeta os juros futuros) que vence no fim do mês, a taxa caiu de 12,81% para 12,64%. No contrato que vence na virada do ano, a taxa foi de 11,1% para 11,07%.
O mercado já começa a trabalhar com a expectativa de um novo corte de um ponto percentual na Selic no próximo encontro do Copom, que ocorrerá nos dias 10 e 11 de março.


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