São Paulo, sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

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Vaivém das commodities

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@grupofolha.com.br

VOLTOU O AZUL
O produtor de soja, que no final do ano passado considerava distante a possibilidade de renda, voltou a trabalhar com a possibilidade de bons rendimentos nesta safra. No Paraná, as tradings oferecem R$ 50 por saca para a soja a ser entregue no fim de safra. Em Mato Grosso, os preços giram próximos de R$ 40 por saca.

QUEBRA FORTE
Um dos principais motivos dessa alta da soja é a forte quebra de produção. Na Argentina, que produziu 46 milhões de toneladas na última safra e esperava 50 milhões nesta, a produção não passa de 40 milhões, segundo as previsões mais pessimistas. No Brasil, os 60 milhões de toneladas esperados podem virar 54 milhões.

TRADINGS EM CAMPO
A preocupação com essa quebra é tão grande nas multinacionais que elas colocaram dezenas de analistas para percorrer o país e avaliar a situação real da safra, tanto aqui como na Argentina e no Paraguai. Querem medir direito os passos a serem dados.

PASSOS CERTOS
E não pode haver erros nos passos dessas multinacionais. No auge da crise, muitas foram chamadas pelas matrizes para mandar capital para fora. O problema é que esse dinheiro não está voltando, embora este seja o momento de mais gastos por aqui, devido á chegada da safra.

ANDANDO BEM
Mas, se a safra vai mal em algumas áreas do país, não é o que acontece com a soja precoce de Mato Grosso. Ao contrário de anos anteriores, o clima está mais favorável à colheita, e a produção está entre 48 e 52 sacas por hectare, conforme avaliação do Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agrícola). A área colhida atinge 3% do Estado.

COMERCIALIZAÇÃO
A comercialização também avança bem em Mato Grosso. Pelo menos 1,5 milhão de toneladas de soja já trocou de mãos nos últimos 20 dias no Estado, segundo Seneri Paludo, do Imea. "O volume é realmente significativo", diz ele.

ATITUDE AGRESSIVA
Os motivos da agilização das vendas são a necessidade de pagamentos de contas por parte dos produtores, preços atrativos e atitude um pouco mais agressiva das tradings na comercialização.

RENDA LÍQUIDA
Seneri diz que a produção média de Mato Grosso deve ficar em 50,7 sacas por hectare, conforme previsão do Imea. Já os preços giram de US$ 16 a US$ 18 por saca no Estado. Na avaliação dele, os preços atuais indicam uma renda líquida de R$ 50 a R$ 100 por hectare para os produtores mato-grossenses.


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