São Paulo, sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

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Santos Dumont terá mais rotas

Anac quer que aeroporto receba, em dois meses, voos diretos de capitais

Hoje, aeroporto só recebe voos regionais e da ponte Rio-São Paulo; governo do Estado pretende contestar na Justiça a ampliação

DA SUCURSAL DO RIO

A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) pretende liberar o aeroporto Santos Dumont para voos diretos entre capitais em até dois meses, segundo Marcelo Guaranys, diretor da agência. Atualmente, o aeroporto opera apenas a ponte aérea Rio-São Paulo e voos regionais. Em audiência pública realizada ontem no Rio, a proposta da Anac causou polêmica e acirrou as divergências entre empresas, usuários e o Estado.
Segundo a Anac, a mudança pode criar novos mercados no país, aumentar a concorrência entre as empresas e contribuir, indiretamente, para desafogar o tráfego em São Paulo, especialmente em Congonhas.
"Tenho mandamento legal para fazer, não posso ter restrição não operacional para aquele aeroporto. Eu vou fazer. O restante é analisar impactos e efeitos", disse Guaranys.
A agência argumenta que a lei só permite restrições em aeroportos relativas à capacidade operacional e segurança de voo. O governo do Estado pretende recorrer à Justiça para evitar que a proposta entre em vigor. O governo diz que a mudança prejudicará a concessão do Tom Jobim à iniciativa privada e a campanha do Rio às Olimpíadas de 2016.
A audiência pública foi tumultuada. Além das empresas e de representantes do Estado, compareceram 45 funcionários da Azul contratados no Rio e que aguardam o início das operações da companhia no Tom Jobim e no Santos Dumont.
O diretor de Planejamento de Malha e Frota da TAM, Nelson Shinzato, afirmou que a medida levará à transferência de voos do Tom Jobim para o Santos Dumont. As empresas estrangeiras temem encontrar dificuldades em conexões.
Os passageiros que chegam em aéreas estrangeiras ao Rio são redistribuídos pelas nacionais para outros pontos do país. "No mercado do Rio a demanda é única. Se o passageiro prefere o Santos Dumont, por que as companhias vão ficar no Tom Jobim?", disse.
Para Ricardo Morishita, do DPDC (Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor), as restrições no Santos Dumont representam dificuldades de acesso para o consumidor e tarifas mais altas em razão da falta de concorrência na cidade. (JL)


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