São Paulo, quarta-feira, 23 de fevereiro de 2005

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Na contramão, moeda americana sobe no Brasil

DA REPORTAGEM LOCAL

O dólar encostou ontem nos R$ 2,60, empurrado pelo vencimento de uma dívida pública cambial e pelo cenário externo mais adverso -contaminado pela alta do preço do petróleo.
A moeda americana subiu 0,81% e terminou vendida a R$ 2,599, maior valor em dez dias. Nos negócios da tarde, o dólar chegou a R$ 2,604.
A Bovespa encerrou o pregão com baixa de 0,42%. O risco-país fechou com alta de 1,77%, aos 403 pontos.
A divulgação do índice de preços ao consumidor americano poderá abalar ainda mais o mercado nos próximos dias. Isso porque, se o indicador vier acima das expectativas e mostrar uma economia mais aquecida, poderá fazer com que voltem as especulações em torno da possibilidade de os juros subirem de modo mais consistente nos EUA.
Ontem, os títulos da dívida brasileira já sofreram diante da hipótese desse cenário. O Global 40 caiu 1,07%, e o C-Bond recuou 0,31%.
Se os juros nos EUA sobem, os investidores são motivados a vender papéis de emergentes e comprar títulos do Tesouro norte-americano.
Hoje, o Banco Central vai resgatar uma dívida cambial de US$ 643 milhões. Como é a média do dólar calculada pelo BC que define quantos reais as instituições detentoras dos títulos vincendos vão receber, em tese poderia se esperar por uma elevação da moeda norte-americana ontem.
As projeções dos juros futuros dos contratos com prazo de resgate mais longo subiram um pouco na BM&F ontem. No contrato DI (Depósito Interfinanceiro) com vencimento em janeiro de 2006, a taxa foi de 18,89% para 18,97%. No mercado, já há quem aposte na possibilidade de a taxa Selic subir 0,50 ponto percentual em março, apesar de a maioria esperar que os juros básicos vão de 18,75% para 19% anuais.
O Banco Central volta a oferecer hoje 40 mil dos novos contratos cambiais que passou a vender semanalmente. Se vender todo o lote, o BC pode retirar do mercado quase US$ 2 bilhões.


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