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Na contramão, moeda americana sobe no Brasil
DA REPORTAGEM LOCAL
O dólar encostou ontem nos R$
2,60, empurrado pelo vencimento
de uma dívida pública cambial e
pelo cenário externo mais adverso -contaminado pela alta do
preço do petróleo.
A moeda americana subiu
0,81% e terminou vendida a R$
2,599, maior valor em dez dias.
Nos negócios da tarde, o dólar
chegou a R$ 2,604.
A Bovespa encerrou o pregão
com baixa de 0,42%. O risco-país
fechou com alta de 1,77%, aos 403
pontos.
A divulgação do índice de preços ao consumidor americano
poderá abalar ainda mais o mercado nos próximos dias. Isso porque, se o indicador vier acima das
expectativas e mostrar uma economia mais aquecida, poderá fazer com que voltem as especulações em torno da possibilidade de
os juros subirem de modo mais
consistente nos EUA.
Ontem, os títulos da dívida brasileira já sofreram diante da hipótese desse cenário. O Global 40
caiu 1,07%, e o C-Bond recuou
0,31%.
Se os juros nos EUA sobem, os
investidores são motivados a vender papéis de emergentes e comprar títulos do Tesouro norte-americano.
Hoje, o Banco Central vai resgatar uma dívida cambial de US$
643 milhões. Como é a média do
dólar calculada pelo BC que define quantos reais as instituições
detentoras dos títulos vincendos
vão receber, em tese poderia se esperar por uma elevação da moeda
norte-americana ontem.
As projeções dos juros futuros
dos contratos com prazo de resgate mais longo subiram um pouco na BM&F ontem. No contrato
DI (Depósito Interfinanceiro)
com vencimento em janeiro de
2006, a taxa foi de 18,89% para
18,97%. No mercado, já há quem
aposte na possibilidade de a taxa
Selic subir 0,50 ponto percentual
em março, apesar de a maioria esperar que os juros básicos vão de
18,75% para 19% anuais.
O Banco Central volta a oferecer
hoje 40 mil dos novos contratos
cambiais que passou a vender semanalmente. Se vender todo o lote, o BC pode retirar do mercado
quase US$ 2 bilhões.
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