São Paulo, sábado, 23 de fevereiro de 2008

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Bolsa sai do vermelho pela 1ª vez no ano

Com alta de 1,28% no pregão de ontem, Bovespa acumula ganho pela primeira vez em 2008, de 1,13%, apesar da turbulência

Bolsa paulista é das que têm melhor desempenho em 2008; a da Argentina tem perda acumulada de 2,95% e a do México, de 0,03%

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Bovespa passou a acumular valorização anual, de 1,13%, pela primeira vez em 2008. E isso ocorreu em um cenário ainda complicado para o mercado acionário internacional, onde grande parte das maiores Bolsas de Valores ainda estão com perdas elevadas no ano.
Na Europa, nos EUA e na Ásia, as baixas dos mercados de ações são consideráveis: a Bolsa eletrônica Nasdaq (de companhias de tecnologia), em Nova York, amarga desvalorização de 13,16% em 2008; o índice Nikkei, de Tóquio, recua 11,81%; a Bolsa de Frankfurt, que foi um dos destaques de ganhos em 2007, tem perdas acumuladas de 15,63% neste ano.
Outra Bolsa latino-americana que se destaca é a mexicana, que está só com leve baixa de 0,03% no ano. O índice Merval, de Buenos Aires, computa recuo de 2,95% no ano.
Ontem a Bovespa subiu 1,28% e fechou a 64.608 pontos, o maior nível desde 12 de dezembro. A Bovespa esteve entre as que mais subiram em 2007, com ganhos de 43,65%.
"Desde o início do ano, muitos especialistas têm advogado teses de "descolamento" das economias em desenvolvimento em relação aos países industrializados. Muitos dados corroboram nesse sentido, em especial o alto preço das commodities, que gera saldos comerciais volumosos para os países em desenvolvimento", avalia Pedro Paulo Silveira, economista da Gradual Corretora.
O epicentro da atual crise que tem sacudido o mercado financeiro global são os Estados Unidos. As turbulências, decorrentes dos problemas enfrentados pelo setor de crédito imobiliário do país, se intensificaram no segundo semestre de 2007 e trouxeram perdas para os grandes bancos. No começo deste ano, em meio a um crescente temor de que os EUA entrassem em um período de recessão, as Bolsas de Valores passaram a conviver com sucessivos pregões de perdas.
Mesmo a Bovespa, que agora acumula alta no ano, sofreu com quedas expressivas recentemente -em 21 de janeiro, a Bolsa brasileira acumulava baixa anual superior a 15%.
"Sob o ponto de vista brasileiro, alguns fatores têm colaborado com uma visão mais otimista. A divulgação pelo Banco Central de que o país virou credor externo, pela primeira vez na história, animou muitos", diz Silveira.
O que o mercado espera agora é que o Brasil alcance em breve o "grau de investimento". Concedida pelas agências de classificação de risco, essa nota -que indica que o país carrega baixo risco de dar calote- permitirá que mais investidores internacionais desembarquem no mercado doméstico, o que pode dar novo alento à Bolsa.


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