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Bolsa sai do vermelho pela 1ª vez no ano
Com alta de 1,28% no pregão de ontem, Bovespa acumula ganho pela primeira vez em 2008, de 1,13%, apesar da turbulência
Bolsa paulista é das que têm melhor desempenho em 2008; a da Argentina tem perda acumulada de 2,95% e a do México, de 0,03%
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Bovespa passou a acumular
valorização anual, de 1,13%, pela primeira vez em 2008. E isso
ocorreu em um cenário ainda
complicado para o mercado
acionário internacional, onde
grande parte das maiores Bolsas de Valores ainda estão com
perdas elevadas no ano.
Na Europa, nos EUA e na
Ásia, as baixas dos mercados de
ações são consideráveis: a Bolsa
eletrônica Nasdaq (de companhias de tecnologia), em Nova
York, amarga desvalorização
de 13,16% em 2008; o índice
Nikkei, de Tóquio, recua
11,81%; a Bolsa de Frankfurt,
que foi um dos destaques de ganhos em 2007, tem perdas acumuladas de 15,63% neste ano.
Outra Bolsa latino-americana que se destaca é a mexicana,
que está só com leve baixa de
0,03% no ano. O índice Merval,
de Buenos Aires, computa recuo de 2,95% no ano.
Ontem a Bovespa subiu
1,28% e fechou a 64.608 pontos,
o maior nível desde 12 de dezembro. A Bovespa esteve entre as que mais subiram em
2007, com ganhos de 43,65%.
"Desde o início do ano, muitos especialistas têm advogado
teses de "descolamento" das
economias em desenvolvimento em relação aos países industrializados. Muitos dados corroboram nesse sentido, em especial o alto preço das commodities, que gera saldos comerciais volumosos para os países
em desenvolvimento", avalia
Pedro Paulo Silveira, economista da Gradual Corretora.
O epicentro da atual crise
que tem sacudido o mercado financeiro global são os Estados
Unidos. As turbulências, decorrentes dos problemas enfrentados pelo setor de crédito imobiliário do país, se intensificaram
no segundo semestre de 2007 e
trouxeram perdas para os grandes bancos. No começo deste
ano, em meio a um crescente
temor de que os EUA entrassem em um período de recessão, as Bolsas de Valores passaram a conviver com sucessivos
pregões de perdas.
Mesmo a Bovespa, que agora
acumula alta no ano, sofreu
com quedas expressivas recentemente -em 21 de janeiro, a
Bolsa brasileira acumulava baixa anual superior a 15%.
"Sob o ponto de vista brasileiro, alguns fatores têm colaborado com uma visão mais
otimista. A divulgação pelo
Banco Central de que o país virou credor externo, pela primeira vez na história, animou
muitos", diz Silveira.
O que o mercado espera agora é que o Brasil alcance em
breve o "grau de investimento".
Concedida pelas agências de
classificação de risco, essa nota
-que indica que o país carrega
baixo risco de dar calote- permitirá que mais investidores
internacionais desembarquem
no mercado doméstico, o que
pode dar novo alento à Bolsa.
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