São Paulo, sábado, 23 de fevereiro de 2008

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Produtos agrícolas não vão recuar, diz especialista

DA REPORTAGEM LOCAL

Um eventual aprofundamento da crise americana não deve derrubar os preços das commodities agrícolas, que nos últimos meses alcançaram níveis recordes. Essa é a opinião do professor da FGV (Fundação Getulio Vargas) Alexandre Mendonça de Barros.
"Mesmo com uma piora do cenário, é difícil imaginar que vá cair muito o consumo de alimentos no mundo. Pode até haver uma redução, porém os preços não retornariam ao patamar de dois anos atrás", disse ele após participar de debate sobre o assunto na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). "Ao contrário, eles podem avançar ainda mais se algum problema climático provocar quebra de safra, já que os estoques de cereais se encontram baixos."
Foram o forte crescimento de países como a China e a Índia e a utilização de grãos para a produção de combustíveis que criaram essa grande demanda recentemente. "Na minha opinião, há um descolamento do setor agrícola do resto da economia mundial. Os fatores que explicam a alta dos preços são estruturais, e não existem indicações de mudança nesse panorama", comentou Albrecht Carsten Vegener, gerente de milho e trigo para a América Latina da processadora de cereais ADM, também presente ao evento, que reuniu empresários e economistas.
O Brasil não tem conseguido fazer frente à necessidade de elevação da produção, entretanto. "Além da valorização do real, estamos vindo de dois anos de endividamento dos agricultores. Eles precisam de mais confiança para investir", destacou Barros. "Esperamos uma recuperação a partir de agora, com aumento da área plantada." (DENYSE GODOY)


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