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Dado pode reforçar tese de furto comum à Petrobras
Local onde estavam aparelhos deverá ajudar na investigação
SERGIO TORRES
ENVIADO ESPECIAL A MACAÉ
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Um dos HDs (discos rígidos)
em que haveria informações
secretas da Petrobras estava do
lado de fora do computador, em
uma caixa junto com um gravador de DVD e dois pen-drives.
Os quatro aparelhos foram furtados em janeiro no trajeto entre a bacia de Santos e a cidade
de Macaé (litoral norte do Estado do Rio de Janeiro, a 188 km
da capital).
O fato de o HD não estar dentro da CPU (peça do computador onde fica acoplada) pode
reforçar a suspeita, por parte
dos investigadores da PF (Polícia Federal), de que o furto dos
equipamentos de informática
teria sido cometido por um criminoso comum, não envolvido
em esquemas de espionagem
industrial.
De acordo com essa linha da
investigação, o criminoso teria
aberto a caixa e furtado aquilo
que lhe parecia mais valioso. O
HD não teria valor, mas, como
estava ao lado dos pen-drives e
do gravador de DVD, foi levado
também. A peça tem um formato semelhante ao de uma caixa
de CDs.
Versão inicial
A versão inicial da Polícia Federal era de que todos os aparelhos furtados estavam dentro
de um contêiner que havia deixado a bacia de Santos no dia
18, chegando a Macaé no dia 30.
Entre os dias 25 e 29, o compartimento ficou guardado no terminal de contêineres da empresa Poliportos, na zona portuária do Rio. Oito funcionários
da empresa prestaram depoimento ontem e negaram conhecimento do furto.
A Folha revelou na quinta-feira que houve, na verdade,
dois furtos de equipamentos,
em momentos diferentes. Do
contêiner só foram levados
quatro laptops e uma impressora. Da caixa, também trazida
da bacia de Santos para Macaé,
mas em datas e transportes diversos, foram furtados dois
HDs, os pen-drives, o gravador
de DVD e também um computador clone.
Porto
De propriedade da Poliporto,
o terminal onde pode ter ocorrido o furto de informações
confidenciais da Petrobras é
cercado de favelas, e casos de
arrombamento de contêineres
não são raros, de acordo com
relatos de moradores e pessoas
que trabalham na região.
O terminal da Poliporto -no
qual o contêiner da Halliburton, empresa contratada da Petrobras, ficou armazenado no
Rio de Janeiro- se localiza no
Caju, bairro da zona portuária
do Rio.
Segundo relatos de moradores das imediações da Poliporto
que preferiram ficar no anonimato, criminosos pulam os muros e invadem terminais, apesar da segurança 24 horas nos
locais.
Policiais das delegacias que
trabalham na área do porto do
Rio dizem, porém, que não
existem registros formais de
roubos de contêineres.
Acontece, porém, que a Poliporto é um terminal fora da
área do chamado porto organizado, de propriedade da estatal
Companhia Docas do Rio de
Janeiro, que arrenda alguns
terminais para empresas privadas por meio de licitação.
O Poliporto é um terminal
privado e em propriedade particular. Fica na antiga área do
estaleiro Ishibrás, fechado nos
anos 90 devido a dificuldades
financeiras.
Uma parte do terreno ficou
sob responsabilidade do estaleiro Sermental, que realiza reparos e construções de embarcações no local. A outra é utilizada pela Poliporto para a estocagem de contêineres. Outros
terminais também operam fora
do porto, no Caju.
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