São Paulo, sábado, 23 de fevereiro de 2008

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Vaivém das commodities

MAURO ZAFALON - mzafalon@folhasp.com.br

SEMANA DE FESTA
Foi uma semana de recordes para as commodities agrícolas. Soja e milho tiveram os maiores preços da história, enquanto o café foi negociado ao maior valor em dez anos. "O Meio-Oeste norte-americano virou uma Disneylândia", diz Fernando Muraro, da AgRural.

PRESERVAÇÃO
Nesse cenário de preços elevados, o Departamento de Agricultura dos EUA divulgou a intenção de plantio deste ano. A vontade de plantar é tanta que os norte-americanos vão invadir 1 milhão de hectares de terra de preservação com soja, milho e trigo.

ÁREA MAIOR
Os dados do Usda indicam que os EUA vão dedicar à soja, ao milho e ao trigo 2,6 milhões de hectares a mais neste ano do que em 2007. Os grãos, além de invadir a área de preservação (terras custeadas pelo governo para não serem plantadas), vão "roubar" 500 mil hectares da área de algodão e 300 mil da de pastagens. Em outros 800 mil, será feito cultivo duplo com trigo-primavera e soja.

SOJA GANHA...
Na avaliação do Usda, a soja aumenta sua área em 3 milhões de hectares, indo a 28,73 milhões neste ano. Com uma produtividade média de 47,2 sacas por hectare, o Usda estima a produção total do ano em 80,3 milhões de toneladas. Em 2007, foi de 70,4 milhões.

...MAS MILHO PERDE
A área de plantio de milho recua 1,5 milhão de hectares, para 36,4 milhões. A produção cai de 332 milhões de toneladas em 2007 para 325 milhões neste ano. Com isso, os estoques recuam para 31,5 milhões de toneladas e a relação estoque-consumo fica abaixo de 10%. "Risco total", diz Muraro.

CAFÉ ACOMPANHA
O café também teve semana de alta. Para uns, essa alta não se sustenta. Para outros, como Eduardo Carvalhaes, do Escritório Carvalhaes, é apenas um retorno aos valores de há dez anos. "O ajuste continua."

ACEITAÇÃO DO BOI
O aumento das negociações com boi gordo no mercado futuro da BM&F está trazendo mudanças no perfil dos investidores. Dois pontos devem ser destacados, segundo um operador de mercado.

DESTAQUES
Primeiro: os não-residentes já participam com 48% dos contratos de venda. Segundo: as pessoas jurídicas não-financeiras -onde estão os frigoríficos- já somam 34,7% nos contratos de compra.

NOVA ALTA
Os preços do álcool voltaram a subir na porta das usinas. O litro do anidro, sem impostos, subiu a R$ 0,8218, alta de 4,1%, e o hidratado foi a R$ 0,7339 (mais 3,7%), diz o Cepea.


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