São Paulo, sábado, 23 de fevereiro de 2008

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Ex-executivo da Volks é condenado na Alemanha

Volkert teria recebido subornos de quase 2 mi

DA REDAÇÃO

Klaus Volkert, ex-chefe do conselho de fábrica da Volkswagen, foi condenado ontem a dois anos e nove meses de prisão pela Justiça alemã. O ex-sindicalista teria recebido quase 2 milhões em subornos entre 1995 e 2005, em forma de gratificações para aposentadoria ou até mesmo serviços de prostitutas, e condenado por abuso de confiança e incitação ao abuso de confiança.
O ex-diretor de pessoal Hans-Joachim Gebauer foi condenado a um ano de prisão em liberdade condicional por incitação à malversação de recursos. No início de 2007, o ex-diretor do departamento de recursos humanos Peter Hartz foi condenado a dois anos de prisão em liberdade condicional e multa de 576 mil.
Em 2005, Gebauer disse em em entrevista ao jornal alemão "Die Welt" que o ministro da Previdência, Luiz Marinho, então presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, foi convidado de uma suposta festa com prostitutas promovida com dinheiro da empresa, na Alemanha em 2001.
Na época, Marinho viajou à Alemanha para negociar a readmissão de 3.000 funcionários demitidos da fábrica de São Bernardo do Campo (SP). O ministro negou em 2005 que tenha participado da festa.
"Eu fui várias vezes à Alemanha. Em todas elas, sem exceção, trouxe resultado para o Brasil. Ou proteção para os trabalhadores ou benefício para o país que resultou em investimento aqui. Então, o que eu quero chamar a atenção da imprensa e da sociedade é se um cidadão que foi demitido por corrupção merece credibilidade", disse à época.
Gebauer disse que houve uma espécie de "instrução" para que fossem dispensadas atenções especiais a Marinho e a Mário Barbosa, sindicalista e ex-integrante do comitê de trabalhadores da Volks. Barbosa disse, também em 2005, que as afirmações eram "mentirosas".
Na época em que surgiram as denúncias, Gebauer afirmou à revista "Stern" que a Volkswagen patrocinava viagens e festas de executivos e sindicalistas com prostitutas. Ele disse ainda que pedia o reembolso da montadora para esses gastos e afirmou que pagou pessoalmente os serviços de uma prostituta para Hartz.
Volkert, segundo a revista "Focus", tinha uma amante, a brasileira Adriana B., que teria recebido dinheiro da montadora para um contrato de publicidade "evitável". A Volkswagen também teria pagado viagens de Adriana para o exterior e uma casa no Brasil para ela. Haveria ainda uma conta corrente no nome da brasileira, na qual a Volks teria depositado 23 mil trimestralmente.
Ela negou ter um caso com Volkert e disse que recebeu dinheiro da empresa para fazer vídeos publicitários.


Com agências internacionais

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